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Diário da Câmara dos Deputados
tudo leva a crer, acabando efectivamente com esta atmosfera de desânimo e indecisão em que têm vivido as nossas instituições militares.
Esta discussão deve ter trazido ao espírito a consoladora esperança de que o Parlamento ao falar das instituições militares se eleve à altura da sua nobilíssima missão.
O orador não reviu.
O Sr. António Maia: — Muito breves palavras.
Durante a discussão do orçamento da Guerra houve referencia ao número enormíssimo de oficiais supranumerários.
A Câmara tanto reconhece isto que aprovou uma moção que mandei para a Mesa.
A esta moção junto um aditamento para tornar eficaz o voto da Câmara a esta proposta.
O orador não reviu.
Leu se na Mesa, a proposta do Sr. António Maia, sendo admitida e entrando em discussão.
O Sr. Jaime de Sousa: — Sr. Presidente: a iniciativa do Sr. António da Fonseca merece o meu apoio, porque a sua proposta vem ao encontro duma necessidade urgente.
Pela discussão do orçamento da guerra a Câmara viu o bastante para se avaliar o que seja a nossa organização militar.
A nossa organização para a mobilização de 1916, para enviar tropas para o front da África e da França, demonstrou que não havia nenhum estudo fundamental nem plano que permitisse atender a todas as hipóteses que é necessário prover.
E necessário que os ensinamentos da guerra nos dêem a forma de fazer uma reorganização do nosso exército, preparando-o para a guerra.
A proposta do Sr. António da Fonseca tem a vantagem do ser prática, o que não sucede com as comissões desta Câmara, cuja organização tem de ser posta de parte.
Lá fora as comissões não só são compostas por técnicos, como também chamam a si todos os elementos especializados para lhe darem a sua colaboração.
Os trabalhos da organização da marinha satisfazem; e tanto assim, que, quando se pensou em fazer a remodelação do. Ministério da Marinha, o primeiro trabalho que apareceu foi o da comissão, que foi considerado como qualquer cousa de perfeito.
Mas, Sr. Presidente, por mais que trabalhem os estados maiores do exercito e du marinha, se não houver um organismo que organize todos os elementos que são necessários para a hipótese de um conflito de carácter militar em que o país se veja envolvido, êles só hão bastam.
E, assim, entendo que a proposta do Sr. António da Fonseca está próximo daquela fórmula que é necessário para um tal fim.
Ainda tem outra vantagem: que é sem comprometer os trabalhos já feitos, ir dar aos trabalhos uma forma parlamentar. E, assim, dou todo o meu apoio à proposta de S. Ex.ª
Tenho dito.
O orador nau reviu.
O Sr. David Rodrigues: — Sr. Presidente: as duas propostas, a do Sr. António da Fonseca e a do Sr. António Maia, têm a minha completa aprovação.
Depois da discussão, que não duvido de classificar de patriótica, do orçamento do Ministério da Guerra, em que vi tanta boa vontade de melhorar o exército português, eu entendo que essa discussão só pode ficar completa fazendo uma obra que chegue a estas duas conclusões: a da proposta do Sr. António da Fonseca para que o exército corresponda a uma necessidade patriótica, e à do Sr. António Maia.
O nosso exército republicano deve ser um exército que sobretudo corresponda às necessidades de momento, e que se coadune com as necessidades da nossa política, tanto interna como externa.
Reorganizando o exército temos que fazer uma obra nova e completa, para ser a imagem e o espôlho da nação, como diz Montesquieu.
Sob o ponto de vista das promoções já disse que dava o meu apoio à proposta do Sr. António Maia, porque é necessário que elas parem. Eu posso dizer à Câmara que durante a discussão do orçamento da Guerra passei horas amarguradas, porque me foi doloroso ver apontar factos que sei que são verdadeiros, mas que espero não ver repetir.