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Sessão de 16 de Julho de 1923
O director fez o record das faltas e só fez dezasseis operações.
Hei-de tratar, custe o que custar, dêste assunto dos hospitais, mas baseado em documentos oficiais. Quero tratá-lo sem olhar para os homens que não conheço, nem quero conhecer.
Mas quero, quando os funcionários mereçam, acusá-los, e hei-de procurar saber tudo.
Hei-de saber quanto se gasta em gasolina nos automóveis dos hospitais de Lisboa.
Hei-de saber os motivos por que os hospitalizados de peste se encontram dias e dias sem assistência médica.
O Sr. Hermano de Medeiros: — Não é verdade. É falso!
O Orador: — É tanto verdade que o Sr. Vasco Borcos, quando Ministro do Trabalho, mandou fazer um inquérito a êsse respeito.
V. Ex.ª vê que tenho informações que bastam para fazer a análise da obra do director dos hospitais, e com tristeza infinita o digo, isto não pode ser.
Quando ao querer fazer a análise dessa obra, tenho necessidade de referir-me a homens, porque vejo que um dentista basta para ser director dos Hospitais Civis de Lisboa.
Não pode permanecer se nesta situação de interinidades que não dignificam ninguém, antes enxovalha sobretudo qualquer regime.
O Sr. Hermano de Medeiros: — Não é legal.
O Orador: — Insisto novamente pelos documentos requeridos, para que possa fazer a análise desta obra, que tenho que fazer custe o que custar, para bem do País.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Hermano de Medeiros: — Requeiro a V. Ex.ª seja consultada a Câmara sôbre se permite me seja concedida a palavra para explicações.
O Sr. Presidente: — Não posso tomar em consideração o requerimento de V. Ex.ª visto que é já tarde. V. Ex.ª ficará com a palavra para amanhã.
Tem a palavra o Sr. Cunha Leal para continuação da interpelação ao Govêrno.
O Sr. Hermano de Medeiros: — Sr. Presidente: requeiro a V. Ex.ª consulte a Câmara sôbre se consente use da palavra para me referir ao que acaba de dizer o Sr. Carlos Pereira.
Aprovado.
O Orador: — O Sr. Carlos Pereira trouxe aqui uma questão irritante, e que merece ser considerada.
Não pretendo defender nem acusar.
O ano passado anunciei uma interpelação ao Sr. Ministro do Trabalho sôbre assuntos hospitalares, e ainda V. Ex.ª, permita-me que o diga, a não marcou.
Desejo tratar dêsse assunto, não com inteligência e mais conhecimentos do assunto que o Sr. Carlos Pereira, mas sem insinuações.
Declaro que não tem razão o Sr. Carlos Pereira e que o assunto é um assunto de honra pessoal e dignidade do regime.
Requeiro, portanto, para tratar dêste assunto e que seja marcada a minha interpelação logo a seguir à interpelação do Sr. Cunha Leal.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — Não marquei ainda o dia para a interpelação de V. Ex.ª por estar ocupado o tempo da ordem do dia, e o tempo de antes da ordem igualmente.
Por isso não me foi possível marcá-lo, mas fá-lo hei na primeira oportunidade.
S. Ex.ª não reviu.
O Sr. Hermano de Medeiros: — Requeiro que a realização da minha interpelação seja amanhã antes da ordem dia.
O Sr. António Maia: — Pedia para V. Ex.ª me informar se a minha interpelação poderá ser realizada no período de antes da ordem do dia.
O Sr. Presidente: — Continua dada para ordem do dia.
É aprovado o requerimento do Sr. Hermano de Medeiros.