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Diário da Câmara dos Deputados
por fim autorizar os membros da Companhia de Jesus a entrarem nas missões civilizadoras das colónias portuguesas.
É contra o artigo 12.º da Constituïção.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Peço a palavra para explicações. A Constituïção o que diz é que são proibidas as Congregações.
V. Ex.ª não pode deixar de pôr à votação o projecto.
O Sr. Presidente: — O artigo diz que é mantida em vigor a legislação do Marquês de Pombal que expulsou os jesuítas.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Desejo a palavra para explicações. A Constituïção é bem clara.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva): — Pedi a palavra para explicar a V. Ex.ª o que se passou entre mim e o Sr. Ministro da Guerra.
Tendo-me avistado com S. Ex.ª, o Sr. Ministro da Guerra declarou-me que a sua resolução é inabalável.
Ocuparei a pasta da Guerra como é meu dever, apresentando ao Chefe de Estado o pedido de demissão de S. Ex.ª Na devida altura comunicarei à Câmara o nome da pessoa que o Sr. Presidente da República nomeará para a pasta da Guerra.
Aproveito a ocasião, por consideração para com a Câmara, para lhe comunicar, e ao Sr. António Maia, que me considero habilitado para responder à interpelação anunciada pelo Sr. António Maia ao Sr. Ministro da Guerra.
Apoiados,
Vozes: — Muito bem.
O orador não reviu.
O Sr. Herculano de Medeiros: — Como já não posso reatar as considerações acêrca do caso. dos hospitais civis, sou obrigado a pedir a palavra para explicações ao Sr. Ministro do Trabalho.
Mantenho tudo que disse ontem. Tenho a minha impressão pessoal acêrca da inteligência do S. Ex.ª Não tenho que falar em competência.
O assunto parece-me liquidado, mas, quanto ao director, ainda podemos ter de falar.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. António Correia: — Sr. Presidente: já por várias vezes tenho falado nesta Câmara, sem que tenha intuitos políticos, acêrca da situação em que se encontram vários estabelecimentos de caridade do círculo que represento neste Parlamento; e se algumas vezes tenho sido atendido, nem sempre as atenções dispensadas pelo Sr. Ministro se fazem sentir com aquela brevidade que seria para desejar. E assim é que desde muito tempo tenho recebido reclamações contra o procedimento havido para com um estabelecimento de caridade de Castelo de Vide, Asilo dos Cegos, dirigido por pessoas da mais alta respeitabilidade, que dedicam o seu carinho e protecção aos pobrezinhos que têm necessidade de utilizar-se daquela casa de caridade.
Em Castelo de Vide, uma das mais simpáticas vilas do concelho, pelo carinho que dispensa aos inválidos e cegos, tem sido feita uma política absolutamente repelente, atentatória dos mais elementares princípios- de sentimentalidade, e assim vejo que, emquanto os asilos de Castelo de Vide, dirigidos por pessoas da mais alta respeitabilidade, como já disse, e que não comungam, ou não são baptizados na pia democrática, vivem na miséria, e não recebem sequer o dinheiro pago em duodécimos.
O Sr. Francisco Cruz: — O senhor não sabe que está agora anunciada uma visita?
O Orador: — Sei pelos jornais que muito brevemente se vai ali receber a visita do Sr. Dr. João Luís Ricardo.
Que a visita se não limite ao Asilo de Serzedas, pelo qual tenho a maior simpatia, porque tem em vista acudir à maioria dos desgraçados.
Que essa visita, porém, não fique por aí.
Magoa-me profundamente situação daqueles que não podem manifestar os seus os seus sentimentos de caridade, porque