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Diário da Câmara dos Deputados
cousa que me pareceu gravo; e foi então que eu disse que era necessário dar para os jornais um desmentido a tais notícias.
Devo dizer que quando recebi a pasta das Colónias da mão do Sr. Rêgo Chaves, S. Ex.ª disse-me que a pessoa que devia ir negociar com a África do Sul era o Sr. general Freire de Andrade, pois que eu não devia desconhecer o valor do Sr. Freire de Andrade e os conhecimentos que êle tinha da província de Moçambique.
As instâncias do Sr. Alto Comissário para que fôsse nomeado o Sr. Freire de Andrade também se produziram, declarando o Alto Comissário que o Sr. Freire de Andrade era conhecedor dos assuntos daquela província e até da intimidade e amigo do Sr. Smuts, indo assim êste Senhor encontrar para negociar pessoa que lhe ora agradável, podendo conseguir o que outra pessoa não conseguiria; e assim o Sr. Freire do Andrade poderia bem servir o seu país dadas essas condições.
São estas as razoes que influíram na nomeação do Sr. Freire de Andrade.
A idea do ligar o pôrto e o Caminho de Ferro de Lourenço Marques à direcção de uma companhia, já eu disse que a repudiava, repudio e repudiarei.
Apoiados.
Êste assunto foi aqui exposto pelo Sr. Leoto do Rêgo; mas eu já o sabia muito, bem e até da origem de onde vinha.
Um outro ponto que é preciso esclarecer por uma maneira clara e positiva é a questão do convénio.
O Sr. Augusto Soares tem procurado por todas as formas chegar a bom caminho, mas é preciso ver bem que nada tem o convénio com as negociações.
Tem-se falado aí no em prostituo alienando o caminho de ferro e o pôrto.
Isso não tem o mais pequeno fundamento.
As duas questões são completamente diferentes; só têm de comum o serem tratadas na mesma ocasião e como estas questões têm sido tratadas nesta ocasião o Sr. general Smuts vem à Europa.
Repito, repudio tudo e qualquer cousa não com isto tenha libação.
Eu tenho tido muitas conferências com o Sr. Alto Comissário. Mantemos os mesmos pontos do vista; o não posso atribuir essas notícias a que V. Ex.ª se referiu senão a qualquer precipitação do apontamentos.
Creio que tenho respondido por uma forma categórica.
Com respeito a Salónica, eu também não aceito e as condições são completamente diversas.
Ninguém pode acusar-me do não se fazer um bom convénio.
A nossa situação, Sr. Presidente, é deveras melindrosa; porém, ninguém poderá dizer, sôbre qualquer pretexto, que temos deixado de favorecer o Interland, cumprindo os nossos deveres de colonizadores, pois a verdade é que temos feito tudo quanto é possível para o seu desenvolvimento, assistindo-nos, pois, inteira justiça, e quem tem a fôrça de fiel cumpridor dos contratos; quando muitas vezes não foram respeitados pela outra parte. Dão pode ter receio.
Do que a Câmara pode estar certa é que tudo quanto representar um atentado contra a nossa soberania terá sempre o meu protesto e o meu voto contrário, e qualquer convénio que venha a fazer-se será aqui presente, a fim do ser devidamente analisado.
Creio, Sr. Presidente, ter respondido cabalmente a todas as considerações feitas pelo ilustre Deputado o Sr. Cunha Leal, e, para terminar, agradeço-lhe mais uma vez as referências amáveis que me fez.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: pedi a palavra para agradecer ao Sr. Ministro das Colónias as explicações que me deu, as quais aliás me satisfazem cabalmente, o que, na verdade, é bom que se diga, a fim de que senão possa dizer que a oposição tem o propósito de nunca se convencer.
A verdade é que os Deputados da oposição ficam satisfeitos quando, como no caso presente, se lhes responde claramente.
O que seria de todo o ponto conveniente era que a afirmação feita pelo Alto