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Sessão de 12 de Outubro de 1923
duma causa que se diz que foi a Liberdade, o Direito e a Justiçai
Não!
O ditador da África do Sul não pode permitir-se amarfanhar-nos com a nossa cumplicidade!
Não há nas minhas palavras o mínimo ataque ao Sr. Ministro das Colónias.
Desejo simplesmente que S. Ex.ª, digno como tem sido sempre, português verdadeiramente amigo do seu País e da sua Pátria, nos diga que está de acôrdo com aquelas palavras que ainda hoje trocámos, quando ambos classificávamos de anti-patriótico qualquer cousa que se fizesse nestas bases.
Pelo muito que conheço S. Ex.ª e pelo culto que presto às suas qualidades, quero que S. Ex.ª afirme claramente que o Alto Comissário se enganou, que nem o Ministro, nem a Câmara, nem nenhum português lhe deixaria sequer emitir a idea de que é possível negociar sobra essas bases, que nos cobririam de vergonha e nos permitiria gritar ao mundo civilizado que o Direito e a Justiça são uma mentira que os fortes empregam para convencer os fracos a servirem-nos quando dêles precisamos, entregando-os depois manietados aos seus inimigos.
Isso representaria uma tal afronta feita pela Inglaterra — que ainda hoje discute com a França a questão do Ruhr, classificando-a de injustiça- contra aqueles que a ajudaram a vencer a Alemanha, que eu entendo que estas palavras ficam mal na bôca de um Alto Comissário, o que o que o Sr. Ministro das Colónias tem a fazer é repudiá-las.
Foi para ouvir de S. Ex.ª essa declaração que eu pedia a palavra, e não para pôr em cheque o Govêrno.
Que o Govêrno dure, que seja eterno, mas que não faça da República o que a monarquia era na mão dos monárquicos, e que a vergonha de 1891 não se repita.
Que morra a nossa Pátria, mas que nós não a deshonremos nunca.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Presidente: — Vou dar a palavra ao Sr. Ministro das Colónias; e deve dizer que S. Ex.ª não respondeu imediatamente ao Sr. Carlos de Vasconcelos, porque o seu estado de saúde o impede de falar muito tempo.
Como S. Ex.ª não pode levantar a voz e fazer-se ouvir bem da Câmara, peço aos Srs. Deputados que se acerquem do S. Ex.ª
Quanto ao facto de falar em resposta ao Sr. Cunha Leal, estando pendente uma interpelação do Sr. Álvaro de Castro a que S. Ex.ª não acabou de responder, isso é devido à falta de saúde, motivada pelo esfôrço que fez nessa ocasião em que respondeu ao Sr. Álvaro de Castro, estado de saúde que não é ainda completamente satisfatório.
Tem a palavra o Sr. Ministro das Colónias.
O Sr. Ministro das Colónias (Rodrigues Gaspar): — Sr. Presidente: tenho que agradecer a V. Ex.ª e à Câmara a benevolência com que me têm dispensado de usar da palavra, depois do incidente que me impediu de falar por falta de saúde.
Ainda neste momento não estou em condições de poder abusar; mas tencionava já prevenir a Presidência desta Câmara de que desejava continuar as minhas considerações em resposta ao Sr. Álvaro de Castro.
Tive porém conhecimento de que o Sr. Cunha Leal tinha pedido a minha comparência, porque entendia que era necessário e indispensável eu vir à Câmara esclarecer pontos que S. Ex.ª considera de alta importância.
Agradeço ao Sr. Cunha Leal todas as palavras de consideração que teve para comigo e que muito aprecio; e devo acentuar desde já que a acção do S. Ex.ª quando dirigiu um jornal do grande circulação foi a mais patriótica o elevada que se pode imaginar, porque compreendeu bem qual a situação especial do nosso país e os cuidados que era necessário ter era certas discussões.
Isto só sabe apreciar quem como S. Ex.ª esteve já no Poder.
Sr. Presidente: não tinha visto a notícia nos jornais de que várias negociações se estavam fazendo em Inglaterra com relação à província de Moçambique.
Eu tive porém conhecimento de uma