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Sessão de 16 de Outubro de 1923
Eu sabia que, no tempo da monarquia, os processos adoptados em idênticas condições haviam conduzido por vozes a verdadeiros desastres.
Do conhecimento o estudo que fiz dêsses processos que se encontram arquivados na Casa da Moeda, ou tive ocasião de verificar que, por ocasião da crise financeira de 1891, compraram-se moedas do valor nominal do 500 réis a 480 réis, e outras que do viam representar 200 réis a 184 réis!
Ora eu não queria que alguém pudesse duvidar da absoluta imparcialidade com que procedia o por isso dirigi circulares, todas no mesmo dia, aos fornecedores.
Foi êste o meu grande crime. E que, sendo procurado por alguns políticos e brasseurs d'affaires que me pediram a minha intervenção em favor das suas pretensões e para fazer um negócio em família, a isso me não prestei.
Repeli-os sempre, porque entendi que ao Estado mais conviria um fornecimento directo dos fabricantes do que feito por intermediários.
Foi daqui que partiu toda a campanha dêsses brasseurs d'affaires que naturalmente tinham entendido que eu procedia mais honestamente se estivesse a seu lado, concorrendo para que o Estado Português admitisse do preferência intermediários neste assunto.
O Sr. Carlos de Vasconcelos: — V. Ex.ª dá-me licença?
V. Ex.ª declarou há pouco que foi procurado por alguns brasseurs d'affaires políticos. Ora V. Ex.ª não ignora a campanha que lá fora se faz contra os políticos, por isso a Câmara não deve permitir que peja aqui feita essa afirmação, sem que se digam os nomes dêsses brasseurs d'affaires.
Apoiados.
O Orador: — Sr. Presidente: continuando, eu repito que fui solicitado por alguns brasseurs d'affaires de tomar o seu partido do defender as suas preterições ilegítimas, e porque os repudiei, o resultado é esta campanha que me tem sido feita cheia de ódios e falsidades.
É evidente que êste assunto, delicado como é, deve merecer um especial cuidado ao Govêrno da presidência do Sr. António Maria da Silva, e estou certo de que S. Ex.ª, com a colaboração do Sr. Ministro da Justiça, procuram desvendar o mistério, Descobrindo quem alimenta esta torpe campanha o porque é que ela se mantém.
Devo ainda informar a Câmara de que, logo que foi publicado o primeiro artigo que mo atingia, ou pedi ao Sr. Ministro das Finanças que, por intermédio do sou colega da Justiça, procedesse como ora necessário.
Finalmente, Sr. Presidente, eu não quero terminar as minhas considerações sem dizer a V. Ex.ª e à Câmara que, tendo sido visado o criticado por um jornal, pelo facto de ter conseguindo do Sr. Ministro das Finanças uma melhoria de vencimentos ao meu pessoal, eu procedi dessa maneira em virtude de igual melhoria já ter sido anteriormente dada ao pessoal do outro estabelecimento do Estado e que trabalha em serviços semelhantes; refiro-me à Imprensa Nacional.
Solicitei a mesma regalia para o meu pessoal sem encargos para o Estado, pois só criaram as novas receitas compensadoras, porque sabia que o meu pessoal, pela sua assiduidade, ordem e disciplina no trabalho, não colaborando em desordens ou em greves, tinha direitos pelo menos idênticos aos dos outros.
Apoiados.
Tenho dito.
O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Sr. Presidente: apesar do meu pedido instante ao ilustre Deputado e meu amigo, Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo, para que declarasse os nomes dos indivíduos que o procuraram para dêle obterem um negócio absolutamente ilícito, S. Ex.ª, repetindo essa afirmação, não indicou os nomes, nem dos tais brasseurs d'affaires nem daqueles que, ligados a êsses brasseurs d'affaires, pretendiam exercer sôbre S. Ex.ª uma tam criminosa acção.
Não pode a Câmara deixar passar sem o seu mais veemente protesto esta afirmação, que vem trazer um elemento de grande valor à campanha que se tem feito na imprensa contra os políticos, campanha que acima de tudo se revela anti-parlamentarista.
Apoiados.
S. Ex.ª não quero declarar em público quais são êsses nomes, o que não com-