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Diário da Câmara aos Deputados
agora mais que nunca prejudiciais. E a moção mais anódina bem poderia tornar-se em pretexto para elas.
Tivemos, Sr. Presidente, ocasião de ouvir as declarações feitas pelo Sr. Álvaro de Castro, que, frisando as reservas que lhe impunham as suas anteriores declarações, em todo o caso, em nome do seu Partido, prometeu um leal e dedicado apoio ao Govêrno.
Idênticas declarações fez o leader do Partido Republicano Português, Sr. José Domingues dos Santos.
No mesmo tem se pronunciaram os outros lados da Câmara.
Os partidos com representação parlamentar formularam todos os seus votos por que o Govêrno possa cumprir o seu programa de política nacional e administração. E isso justamente o que todo o País deseja, pois concordes estamos todos nós em que o Govêrno não podia assumir o Poder por quaisquer interêsses mesquinhos, cuja invocação não é lícito esperar de homens que se encontrem naquelas cadeiras em momentos difíceis para o País.
Sr. Presidente: preside ao Govêrno um homem público a quem nesta Câmara ninguém é capaz de negar qualidades de inteligência, do republicanismo e um trato que o impõe à consideração de todos nós.
Folgo em poder dizer estas palavras, em meu nome pessoal, ao Sr. Presidente do Ministério, tornando sem esfôrço extensivo os meus cumprimentos e a minha homenagem aos restantes membros do Ministério, com alguns dos quais mantenho excelentes relações pessoais.
Sr. Presidente: mas a consideração pessoal que eu tenho pelos membros do Govêrno, não me impede, antes me impõe, a obrigação de considerar algumas das afirmações da declaração ministerial e a falta de outras.
Há efectivamente, Sr. Presidente, uma série de problemas pendentes a que o Govêrno não alude na declaração ministerial e outros assuntos há que pela sua importância mereciam referência especial que na declaração ministerial não vejo.
Sr. Presidente: há cêrca de mês e meio que o País vem sofrendo as mais desastrosas consequências de uma greve marítima.
Se bem que o assunto não tivesse sido devidamente tratado pelo Govêrno transacto, não se justifica, que o actual Govêrno, que se propõe fazer uma boa administração e apenas promete preocupar-se com os altos interêsses da Nação, não diga uma palavra ao País que nos dê a esperança da próxima resolução de um incidente, cujas consequências são de tal ordem que estará dentro em pouco amarrada ao Tejo toda a nossa marinha de comércio, condenando-se a um completo isolamento e a uma completa ruína toda a vida das colónias.
Apoiados.
Está na pasta do Comércio um homem cujos trabalhos e cuja preparação anterior porventura o indicariam para outra pasta, o meu velho e querido amigo Sr. Pedro Pita.
Êle, porém, é homem novo e não lhe faltam qualidades de inteligência, decisão e energia.
Cumpro prová-las.
Apoiados.
Ninguém o absolveria, nem os seus próprios correligionários de, na pasta ao Comércio, se não ocupar, imediatamente, da resolução do incidente da, greve marítima.
Direi mais: sendo S. Ex.ª eleito pelas ilhas adjacentes, tem obrigação de conhecer completamente o assunto e desaquilatar com exactidão a da sua gravidade.
Mas o Sr. Pedro Pita não tem diante de si apenas a questão da greve marítima.
Diz a declaração ministerial que o Govêrno se propõe trazer à Câmara propostas tendentes a resolver o problema das estradas.
Agora, porém, que ninguém discute o modo como se chegou à existência de receitas que se apliquem à reparação e construção das estradas, não deve ter para o País muita importância que haja ou não mais propostas de lei.
O que é importante e essencial para todos é que se saiba o plano a adoptar para êsse efeito e, sobretudo, se o problema vai ser resolvido pelo plano de há trinta anos ou pelo de 1913. E para isso não são precisas propostas de lei.
O Sr. Ministro do Comércio procederá em harmonia com o seu critério, sendo certo que as condições económicas do