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Sessão de 19 de Novembro de 1923
ombros, não hesitou em se sacrificar mais uma vez pela Pátria e pela República.
Apoiados.
O Sr. Presidente do Ministério ocupa aquele lugar, não pára satisfazer vaidades, e S. Ex.ª é sobejamente conhecido pelas suas provas de dedicação à República, mas, ùnicamente, porque está convencido de que cumpre o seu dever, indo ao máximo sacrifício. Ninguém que tenha uma noção elementar do que seja a vida pública no mundo, e em especial em Portugal, vai para aquele lugar dó ânimo leve, cantando vitórias.
É um sacrificado pela Pátria, mas, pelo menos, tem o agradecimento do País inteiro.
Que importa que uma ou outra voz, pelo despeito, se lhe lance em rosto, não o que fez mas o que devia ter feito?
Um Presidente de Ministério da envergadura moral do Sr. Ginestal Machado não as ouve, e passa adiante.
Sr. Presidente: a mensagem ministerial não contém nada de ameaçador, quer para qualquer classe, quer para qualquer partido.
Estranhou-se que o Govêrno neste momento se encontre em embaraços, sôbre se deve ir para a esquerda se para a direita.
Oh! Sr. Presidente! Aí é que reside o talento do estadista, que deve inclinar-se para o lado mais consentâneo com os interêsses do País.
Apoiados.
Estranhou também o Sr. José Domingues dos Santos, ilustre leader do Partido Democrático, que a mensagem ministerial trouxesse apensa uma innovação na vida parlamentar, que foi o relatório da nossa situação financeira, sobretudo nas relações entre o Estado e o Banco de Portugal.
Sr. Presidente: a mensagem não faz acusações de espécie nenhuma. Ela apenas verifica factos, corta cerce a calúnia o atribui aos acontecimentos o seu respectivo valor.
Estamos numa situação crítica. É indispensável salvar a República, mas é também necessário salvar a Nação.
Não podemos viver da mentira, enganando a todo o momento.
Os números são números, e o Govêrno cumpriu o sou dever esclarecendo o País na hora própria, que é hoje, antes que a calúnia se avolume.
Apoiados.
É desta forma, sem ameaçar ninguém, que há o direito de honestamente exigir ao País os máximos sacrifícios.
Eu neste momento presto a minha homenagem a quem com honra governar, mas é preciso pôr bem claro e acima de tudo a verdade, e dizê-la inteira ao País, e assim e não para alarmar o espírito público se veio trazer para o País êstes algarismos que o Sr. Presidente do Ministério leu, e eu exulto com a atitude do Govêrno, que por esta forma há-de conquistar os aplausos da Nação.
Represálias! Vinganças!
Quem conhece o passado do Sr. Presidente do Ministério parece-me que será o bastante êsse conhecimento para julgar semelhante cousa.
Apoiados.
S. Ex.ª é um homem honrado (Apoiados), e sempre pronto a defender as instituições e o prestígio da República, tendo sempre em mim o cumprimento do dever.
O Partido Democrático, pela bôca do seu leader, tomou uma atitude nobre e patriótica.
Apoiados.
O Partido Democrático declarou que pautava a sua atitude pela obra do Govêrno, e o Govêrno está dentro da lei e cumprirá honradamente o seu dever.
Sem querer prender mais a atenção da Câmara, dirijo os meus calorosos cumprimentos ao Sr. Presidente do Ministério, na certeza de que S. Ex.ª cumprirá honradamente o seu dever.
Apoiados.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Nuno Simões: — Sr. Presidente: desisti de usar da palavra «sôbre a ordem» porque, apesar de a minha moção estar de acôrdo com os pontos do vista expressos pelos diversos lados da Câmara em relação ao Govêrno, preconizando tam somente á política nacional e a rigorosa administração que o momento exige, entendi que, atravessando-se uma situação política confusa e delicada, havia que afastar todos os pretextos por discórdias,