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Diário da Câmara dos Deputados
Estou certo que S. Ex.ª dará as providências indispensáveis.
Sussurro nas galerias.
Vozes: — Ordem, ordem.
O Orador: — Sr. Presidente: e acabo eu de falar num assunto de ordem, e em seguida tenho de referir que correligionários meus foram assaltados e espancados.
Repito: estou convencido que o Sr. Presidente do Ministério não deixará de dar as providências indispensáveis para que sejam punidos os agressores.
Se assim não suceder, pedirei aqui a palavra para me ocupar novamente do assunto.
Sr. Presidente, disse e repito: o Govêrno organizou-se numa hora que não era a melhor para o Partido Nacionalista governar.
Espero que o Sr. Presidente do Ministério, com o seu talento, com a sua energia e com a sua ponderação, saiba cair logo que tenha uma indicação de que deve abandonar o Poder.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Jorge Nunes: — Sr. Presidente: consintam-me, V. Ex.ª o a Câmara, que eu, dêste lugar que modestamente1 ocupo há já alguns anos, pessoalmente saúdo o Govêrno que acaba de se apresentar ao Parlamento.
A outros deixo a crítica e a análise do que foi a última crise, que com mais conhecimento da forma como essa crise se desenvolveu, do que eu, as poderão fazer.
O que porém, no uso do meu direito, como Deputado e como cidadão, não deixo do fazer, é saudar calorosamente o Govêrno, certo de que vejo à sua frente um republicano de todo o sempre, que pelo seu carácter austero, pelo seu saber e pela sua honradez se impõe ao respeito de todos.
Apoiados.
O Govêrno que ali está, inspira-me uma absoluta confiança!
Os homens que constituem o Govêrno, impõem-se tanto à consideração e respeito de todos, que tendo nós ouvido palavras de reserva, a respeito do Ministério, verifica-se que confiada a defesa da Pátria e da República àqueles homens, ninguém se recusou a pautar a sua atitude pela obra que há a esperar dos actuais Ministros.
O Partido Nacionalista confia incondicionalmente no Govêrno, porque êle está ali somente para fazer obra patriótica, sabendo cair na hora própria se os seus honestos propósitos falharem.
Preside ao Govêrno o homem que era o presidente do directório do meu partido; assumiu S. Ex.ª aquele lugar por direito próprio, pela resultante inaceitável dos acontecimentos, e não por cabalas políticas ou arruaças da rua, e assim todos os bons patriotas devem confiar na sua obra.
Sem retaliações ou ameaças, eu vou desfazer um equívoco que poderá resultar talvez das palavras proferidas pelo ilustre leader do Partido Democrático, o Sr. José Domingues dos Santos.
Disse S. Ex.ª que o Partido Nacionalista não se poderia utilizar das ideas ou dos processos do Partido Democrático.
Isto seria absurdo.
O Partido Nacionalista não poderá ter o propósito de não. usar qualquer idea ou processo que, embora de outrem, seja honesta, e tenha um fim de utilidade pública.
Sr. Presidente: o Partido Nacionalista não tem receio nenhum de perfilhar como suas as ideas dos outros, desde que delas possa resultar uma acção benéfica para os negócios públicos e para o engrandecimento da Pátria e da República.
O que nós não queremos, e sem retaliações de nenhuma espécie, é exercer uma acção que foi sempre e é a condenação dos processos honestos da administração pública.
Apoiados.
Com êsses nenhumas relações queremos ter.
Sr. Presidente: desta forma, o Partido Nacionalista, que aguardou a sua hora, que não apelou para a violência, cônscio da responsabilidade que lhe caía sôbre os