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Sessão de 21 de Novembro de 1923
o aumento de receitas e fazer a análise de todas as despesas com Ministérios.
Êste trabalho tem de ser longo e trabalhoso, mas há-de ser inexorável; e só depois é que pediremos ao contribuinte tudo aquilo que tiver de dar.
Apoiados.
Tudo que não fôr isto não passa de fantasias.
Apoiados.
Não devemos continuar por maus caminhos.
É necessário empregar sempre a linguagem da verdade; e não devemos recorrer a números senão para apresentar a verdade e não para tirar dêles conclusões que não se podem tirar.
Apoiados.
Eu não peço na proposta senão o que é necessário, e só para dois meses, impondo-me a mim próprio a obrigação de trabalhar incansavelmente.
Parece que a minha presença neste lugar é ofensiva a muitas pessoas, que julgam que eu venho com um tem de guerra, quando venho num tem de paz.
Não vim aqui fazer afirmações que possam ser consideradas ofensivas para ninguém, e S. Ex.ªs hão-de reconhecer a razão que me assiste.
Dinheiro não se inventa.
Quando uma pessoa vive numa situação monetária má tem duas cousas a fazer: pedir um empréstimo ou cortar inexoravelmente as suas despesas.
Àpartes.
Isto é o que eu penso e a Câmara dirá se estou em êrro.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem.
O orador não reviu.
O Sr. António Maia: — Requeiro que noa termos do Regimento, passados vinte dias, a proposta do Sr. Ministro das Finanças, que foi mandada para a Mesa, seja posta à discussão, com parecer ou sem êle.
O Sr. Presidente: — Será mais oportuno formular V. Ex.ª o seu requerimento passado êsse prazo.
Tem a palavra o Sr. Velhinho Correia, mas S. Ex.ª tem apenas dez minutos para usar da palavra.
O Sr. Velhinho Correia: — Sr. Presidente: bastam-me êsses dez minutos para princípio das minhas considerações.
Sr. Presidente: ouvi com toda a atenção todas as observações feitas durante o debate, o devo dizer desde já que o Sr. Ministro das Finanças, para mo colocar mal, até inventou que eu tinha sido Ministro durante cinco meses.
Foram só dois meses — e infelizmente para mim.
S. Ex.ª elevou êsse prazo de dois a cinco meses para me atribuir responsabilidades que não tenho.
Num àparte que eu fiz S. Ex.ª virou-se para mim e apresentou-me como réu; mas não provou que eu o fôsse, nem disse se o era pela situação em que me encontrei no Ministério ou por estar envolvido em uma cabala política arranjada por meus inimigos!
Se eu sou réu por ter sido Ministro das Finanças, também S. Ex.ª é réu do mesmo crime.
Se eu sou réu por estar envolvido na cabala política, eu darei V. Ex.ª como minha testemunha para dizer o que sabe a êsse respeito.
Sussurro.
Não me preocupa que a Câmara tome em pouca conta as minhas palavras, porque eu falo para o País e porque represento uma idea nacional.
O País não quere aumento da circulação fiduciária!
Quando fui Ministro das Finanças recebi de quási todas as Câmaras Municipais um mandato imperativo para que empregasse todos os meios para não ir pelo caminho da loucura do aumento da circulação fiduciária.
Eu sei que dentro desta casa há ouvidos que gostam mais de que lhes falem em aumento do notas do que em agravamento de impostos; mas isso seria a falência do País, para a qual eu jamais concorrerei.
A ganância das forcas vivas é tal que preferem tudo afazerem qualquer sacrifício.
Sr. Presidente: antes pròpriamente de começar, o meu discurso queria dizer ao Sr. Ministro das Finanças, em particular, ainda o seguinte: S. Ex.ª apresentou-me como réu, mas S. Ex.ª pode ir daqui convencido de que os meus crimes nunca aproveitaram à minha situação pessoal.