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Diário da Câmara dos Deputados
de que guarda reserva. Respeito essa reserva, mas devo acentuar que sôbre o horário de trabalho não poderá haver qualquer tergiversação.
E um ponto essencial para a vida da nossa marinha mercante. É indispensável que o horário de trabalho na nossa marinha mercante seja igual ao das marinhas mercantes estrangeiras.
As próprias classes marítimas deverão compreender que é do seu próprio interesso que assim suceda.
Quanto ao assunto relativo aos salários, julgo que não será difícil chegar-se a um acôrdo com os assalariados, alargando-se os respectivos salários como é de justiça, dada a enorme carestia da vida que traz grandes dificuldades a todas as classes.
Creio que tudo isto se poderá conseguir por meio de combinações a fazer.
Creio também que já se pode ir fazendo alguma cousa. Há navios que estão prontos a sair sob o ponto de vista material. Faça-se, pois, com que êsses navios deixem imediatamente o nosso pôrto. Logo que êsses navios saiam, o problema mudará de fase; a solução obter se há mais fàcilmente.
Estou certo de que o Sr. Ministro da Marinha estala do acôrdo comigo.
Não me dirijo ao Sr. Ministro do Comércio porque, ao contrário do que muitos julgam. S. Ex.ª nada tem com êste caso.
O Sr. Carlos Pereira: — Não apoiado.
O Orador: — Por agora o Sr. Ministro do Comércio nada tem com a questão.
Terminando, declaro que espero dentro em breve poder dirigir os merecidos louvores ao Sr. Ministro da Marinha pela acção que S. Ex.ª desenvolva no sentido de acabar com o actual estado de cousas.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro da Marinha (Júdice Bicker): — Sr. Presidente: duas palavras apenas. Parece-me que não fui feliz na primeira explicação que dei ao Sr. Jaime de Sousa.
Comecei por mostrar a S. Ex.ª que as classes marítimas se mostram irredutíveis, não aceitando deminuïção dos salários pedidos, nem alteração ao horário de trabalho. Isto é, não transigem nas reclamações que fizeram.
Ora S. Ex.ª mostra-se convencido de que adoptando o novo horário de trabalho, igual ao de outras nações, com o que eu concordo, as emprêsas podem dar o aumento de salários pedido, terminando assim a greve.
Estimaria muito que assim sucedesse, mas tenho dúvidas. Entretanto, já hoje conferenciei com o Sr. Ministro do Comércio para se pôr em vigor o novo horário de trabalho.
O Sr. Jaime de Sousa: — E é também necessário pôr os navios a andar!
O Orador: — Mas isso é principalmente com os armadores e êles ainda não se dirigiram ao Govêrno, naturalmente porque julgam não terem ainda extinto todos os meios de resolver a greve. Mas fique V. Ex.ª certo de que empregarei todos os meios para pôr os navios a andar.
Apoiados.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. António Maia: — Sr. Presidente: tive a honra nesta casa do Parlamento, a quando do anterior Govêrno, de dirigir umas preguntas ao Sr. Ministro da Marinha.
A essas preguntas obtive resposta, com excepção duma, porque S. Ex.ª ficou de ir indagar para trazer à Câmara uma resposta precisa e entretanto caiu o Ministério. É essa resposta que eu pretendo obter, e como o Sr. Ministro da Marinha é outro, eu vou repetir a pregunta que então fiz, pedindo ao novo titular daquela pasta o favor de me informar logo que lhe seja possível.
A pregunta é esta: tendo sido mandados à Holanda dois oficiais da aviação marítima para comprarem aparelhos de aviação, eu desejava saber se o Conselho Técnico de Aeronáutica foi ouvido para a escolha dêsses aparelhos.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro da Marinha (Júdice Bicker): — Sr. Presidente: em resposta ao ilustre Deputado António Maia, devo dizer que tomei nota da sua pregunta, mas