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Sessão de 23 de Novembro de 1923
to, não tem autoridade moral de dizer mal de quem quer que seja, o muito menos dum partido que tem dado todo o seu esfôrço para o levantamento da Pátria!
Disse o Sr. Ministro das Finanças que a verdade era só uma, pois poucas serão as pessoas que em Portugal estejam em condições de contradição com S. Ex.ª
Antes de provar esta minha afirmação vamos ver por que motivo vinha a pelo de debate que a verdade era só uma.
O Partido Republicano Português disse sempre a verdade ao País.
O Partido Republicano Português nunca ocultou, nem um só momento ocultou, a situação do Tesouro Público. Disse-a pela palavra dos seus homens, escrita e falada. Trouxe-a a esta Câmara, em mais do um lance.
Apoiados da esquerda.
A verdade é apanágio de todas as democracias. Exactamente porque elas se baseiam no máximo de intervenção dos cidadãos na administração da sociedade, elas têm de fazer apanágio da verdade mais do que qualquer outro regime. O Partido Republicano Português conhecia e conhece isso, e empraza quem quer que seja a dizer o contrário.
Nunca traiu a verdade: expôs sempre a verdade ao País.
O Sr. Francisco Cruz: — Palavras são palavras!
O Orador: — Compete a S. Ex.ª esmagar-me, como governamental, pedindo a palavra.
O Sr. Francisco Cruz: — Peço a palavra.
O Orador: — Compete a S. Ex.ª negar que num parecer de um correligionário meu só dizia a inteira verdade a respeito do deficit.
No relatório que o Sr. Vitoriuo Guimarães fez, precedendo a proposta ministerial, êle dizia as condições do Tesouro com absoluta exactidão naquele momento.
Palavras? Palavras, ouvi-as eu aos senhores, constantemente a embaraçarem a vida do País.
Apoiados das esquerdas e protestos das direitas.
Palavras? Com palavras, e pouco mais do que isso, criaram V. Ex.ªs as condições que foram agora encontrar e que numa atitude do recriminação inferior pretendem atribuir-nos a nós apenas.
Palavras? Ah! Sr. Francisco Cruz! A obra de ódio que se tem feito neste País e que nós fomos os únicos a resgatar daquelas cadeiras...
O Sr. Moura Pinto: — É o mal e a caramunha!
O Orador: — V. Ex.ª, Sr. Moura Pinto que se indigita como um dos primeiros contemplados pelo Poder que acaba de chegar às mãos do seu partido, poderá provar com factos e razões que se trata do mal e da caramunha.
Eu direi apenas a V. Ex.ª que esteve ali durante dois anos um Govêrno do Partido Republicano Português que os tratou a todos com uma isenção de que o Govêrno de agora, em poucos dias, já mostrou que não é capaz.
O Sr. Moura Pinto: — E eu 18 meses a apoiá-lo!
O Orador: — Havemos de fazer aqui a análise do que foi êsse apoio e então se verificará quanta abnegação foi necessária da nossa parte para podermos aceitar um apoio que chegou a ser enunciado daquele lado em lermos e atitudes que me forçaram uma vez a dizer, em àparte, a um nosso correligionário que há apoios que, se humilham quem os recebe, também não honram quem os concede.
Dizia S. Ex.ª, o Sr. Ministro das Finanças, olímpico, soberbo, extraordinário, maravilha fatal da nossa idade — que a verdade é só uma, uma apenas.
Ora nós vimo-lo sidonista, e anti-sidonista. Onde é que a verdade é só uma? Nós vimo-lo vociferando impropérios, erguer-se naquele sector contra a carga do arroz.
Assim o vimos na questão do arroz espanhol.
Vimo-lo caritativo depois.
Vimos S. Ex.ª nesta mesma casa ameaçar ir às burras o cofres fortes, com a guarda republicana arrancar para o País o que lhe era devido, vindo depois fazer