O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

8
Diário da Câmara dos Deputados
O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações e interino do Trabalho (Pedro Pita): — Sr. Presidente: já afirmei a V. Ex.ª e à Câmara que não procurei fazer cousa nova com a minha proposta.
Procurei obter simplesmente do Parlamento a aprovação mais rápida possível da minha proposta para ver desaparecer a vergonha dos navios continuarem amarrados às docas.
Desejo que a Câmara me habilite com os meios necessários para poder fazer a liquidação dos Transportes Marítimos, acautelando os interêsses do Estado.
Dou ao Estado, mantenho ao Estado essa faculdade, sem prejudicar de maneira nenhuma a alienação dos navios que julgo ser o principal, como se passou na América. Não quero prejudicar essa venda.
Dou porém mais garantias ao Estado; nada mais.
As disposições são inteiramente iguais às que foram votadas pelo Parlamento.
De resto insisto mais uma vez: desejo que estudem a minha proposta.
Não tenho necessidade nenhuma de que ela se ponha imediatamente em discussão.
O orador não reviu.
O Sr. Carlos de Vasconcelos: — É sempre grave vir ao Parlamento afirmar-se que há interêsses no caso do se votar uma proposta em determinado sentido, prejudicando interêsses contrários.
Não sei se há grupos estrangeiros em Lisboa para adquirir os Transportes Marítimo.
Sei que na praça há cambões para obterem os navios nas melhores condições.
Não represento aqui senão os interêsses do Estado, requerendo que essa questão fôsse imediatamente discutida.
Pretendi evitar assim que se repitam as scenas desgraçadas que se deram na comissão de comércio e indústria, evitando que a proposta se mantenha muito tempo na comissão.
Quero apenas que o Estado liquide essa frota o melhor possível.
Apoiados.
E com garantias suficientes.
Não tenho porém dúvida em pedir autorização para retirar o meu requerimento.
Aprovado.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — O Sr. Pinto Barriga requero que entre em discussão, sem prejuízo dos oradores inscritos, o parecer n.º 267.
Aprovado.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Pedia a V. Ex.ª para chamar a atenção do Sr. Ministro do Interior.
Sr. Presidente: sabe a Câmara e sabe V. Ex.ª que está latente um conflito provocado pela chamada filarmónica de Lisboa, tendo-se dado um conflito no teatro S. Luís, em que foram vítimas os Srs. Afonso Lopes Vieira, Jaime Cortesão e outros.
O conflito nasceu duma campanha que vem sido travada entre artistas portugueses e estrangeiros.
A acuidade extrema dêsse conflito teve a sua resolução ontem no S. Luís — conflito grave que teve lugar durante os intervalos dum concêrto, e em que entraram mais de 80 estudantes do Lisboa que foram expulsos pela polícia violentamente, bem como os homens de letras Afonso Lopes Vieira, Jaime Cortesão e outros, pelo facto de terem impedido o maestro do realizar os concertos, tendo admitido artistas estrangeiros.
Permito-me também chamar a atenção do V. Ex.ª para outro caso sucedido na sede das Juventudes Monárquicas.
A polícia entrou dentro da sala das Juventudes monárquicas, tendo-se aí introduzido sub-repticiamente, na ocasião de realização duma conferência.
Diz-se ter sido levantado um viva à monarquia; e por isso foi preso o conferente.
Melhor seria, Sr. Presidente, que êsse polícia só preocupasse em prender o assassino de Sidónio Pais e outros tantos que andam por aí à sôlta.
O que eu passo garantir a V. Ex.ª é que estive lá, assim como alguns dos meus colegas, e não ouvi que se tivesse dado qualquer viva à monarquia.
Creia, Sr. Presidente, que a polícia fazia um grande serviço à República, se, em vez de andar por assembleas a prender pessoas que dêem vivas à monarquia, prendesse êsses que andam por aí, conforme já tive ocasião de dizer à Câmara, e que prejudicam muito mais a República do que êstes, que apenas dão