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Sessão de 13 de Dezembro de 1923
O Sr. António Maria da Silva: — O intuito dêsse artigo é bastante claro!
O Orador: — Perante a evidente união, disciplina e patriotismo do exército português, o intuito só pode ser o de perturbar e dividir.
Apoiados gerais.
A tropa — permita-me a Câmara o têrmo pouco parlamentar — só pensa, neste momento em manter a ordem, mais nada.
Apoiados gerais.
Quanto à dissolução parlamentar, creio bem que o exército não pensa nisso. Trata-se, naturalmente, duma afirmação fantasiosa como tantas outras.
Apoiados.
Relativamente às considerações feitas pelo Sr. Álvaro de Castro, nada tenho a dizer, visto que o Sr. Presidente do Ministério a elas se referirá.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem, muito bem.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Ginestal Machado): — Sr. Presidente: depois das palavras claras, sinceras e terminantes do ilustre titular da pasta da Guerra que eu, apesar de o conhecer há apenas um mês, considero como um amigo velho, tanto tenho apreciado as suas altas qualidades de nobreza infelizmente já invulgares, — podia dispensar-me de usar da palavra.
Vou, entretanto, fazê-lo, não para rectificar as notícias dos jornais ou para ratificar as palavras terminantes do Sr. Ministro da Guerra, mas tam sòmente para esclarecer a Câmara.
O general Sr. Roberto Baptista, ilustre comandante da 1.ª divisão, bem como os comandantes militares Srs. Pereira Bastos, comandante dó Campo Entrincheirado e Vieira da Rocha, comandante da Guarda Republicana, cumpriram inflèxivelmente o seu dever pondo-se imediatamente ao lado do Govêrno para manter a ordem.
No emtanto, pela forma como tem sido apreciada a sua acção, quási parece tirar-se a conclusão de que fugiu cada um para seu lado.
Risos.
E assim que se aprecia a dedicação, o zêlo e o patriotismo de todos aqueles que com seu decidido esfôrço jugularam logo de entrada o movimento revolucionário que se desenhava.
O general Sr. Carmona, quando aceitou o meu convite para colaborar comigo no Govêrno, pôs-me uma única condição, a condição de expurgar a política do exército.
Muitos apoiados.
Torneio compromisso de auxiliar, quanto me fôsse possível, o ilustro Ministro da Guerra na realização do seu objectivo, porquanto eu pensava, como S. Ex.ª, que o exército só deve ter uma política: a política da Nação e da República.
Apoiados.
O exército para cumprir a sua nobre missão precisa estar afastado, como colectividade, de todas as preocupações de sectarismo partidário.
E esta a orientação do Sr. Ministro da Guerra, é esta a orientação do Govêrno a que presido, o nêste sentido tenho dado toda a colaboração ao Sr. general Carmona, como S. Ex.ª o confirmará.
A propósito seja-me permitido, mais uma vez, prestar as minhas homenagens ao Sr. general Roberto Baptista, comandante da divisão, ao Sr. general comandante da Guarda Republicana, o ao Sr. Major General da Armada, pela acção que desenvolveram para a manutenção da ordem.
Quando, às considerações produzidas pelo Sr. Álvaro de Castro, relativamente à sua atitude; cumpre-me declarar, embora considere isso desnecessário, pois S. Ex.ª está acima de -toda e qualquer insinuação malévola, que S. Ex.ª é um dos meus mais ilustres correligionários por quem tenho todo o aprêço.
Desde a primeira hora S. Ex.ª comunicou-me que estava ao lado do Govêrno pronto a cumprir o que êste lhe determinasse.
As cousas, porém, seguiram por maneira que foi escusado incomodar S. Ex.ª
Eu até tenho acanhamento em dar um desmentido a uma cousa que está desmentida por sua própria natureza.
O Sr. Álvaro de Castro estava com a revolução radical!
O desmentido está na própria afirmação, que é um disparate.
O Sr. Álvaro de Castro, que é um homem de bem, se entendesse que devia inclinar-se para as esquerdas, o que não