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Diário da Câmara dos Deputados
seria crime nenhum — silo opiniões, o as opiniões respeitam-se — teria a franqueza do declarar que discordaria da acção do seu partido.
Nada tenho que desmentir, tenho só que dizer que continuo tendo toda a considerarão pelo Sr. Álvaro de Castre
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem.
O orador não reviu.
Foi lida na Mesa e admitida a moção do Sr. Fernando Freiria.
O Sr. Amadeu de Vasconcelos: — Sr.
Presidente: raras vozes uso da palavra nesta Câmara e, portanto, se tômo agora parte nesta discussão é porque um motivo forte a isso me obriga.
Afirmou ontem o Sr. Presidente do Ministério que o Govêrno estava ainda tratando do rescaldo revolucionário.
Procurou hoje a Câmara ir ao encontro dos esforços do Govêrno e alguma cousa, já se conseguiu.
Com o concurso de todos os lados da Câmara desfez-se qualquer jôgo que se procurasse fazer sôbre a lealdade do exército.
Proclamou-se pela bôca de oficiais distintos do nosso exército, que têm assento nesta casa do Parlamento, a doutrina de que ao exército cumpro, como seu primordial dever, obedecer.
É uma verdade assente por todos, a começar por aqueles que honrada o dignamente vestem uma farda de oficial ou de soldado.
A mesma doutrina foi ainda há pouco proclamada na Câmara Francesa, pelo maior dos comandantes modernos: o general Foch.
Essa figura indiscutível, a maior entre as dos maiores exércitos de todo o mundo, acusada na Câmara Francesa de, em uma determinada circunstância, não ter sabido desobedecer a uma — ordem emanada do Govêrno, disse: «Ao exército assiste a obrigação de obedecer».
Se o exército francês não compreendesse que o seu primeiro dever é obedecer, não teria hoje a França a sorte que tem.
Com aquela verdade que o Parlamento e o País tem o direito de exigir, refiro-me, Sr. Presidente, a uma pregunta que hontem aqui foi feita pelo ilustro Deputado o Sr. Vasco Borges ao Sr. Presidente do Ministério, pregunta sobre a qual êle insistiu por uma resposta, isto é, se era verdade ou não, que tivesse sido posta ao Chefe do Estado, pelo Govêrno, a necessidade urgênte o inadiável da suspensão de garantias e da dissolução do Parlamento.
Espero, pelo menos pelo que diz respeito á última parto, que S. Ex.ª nos vai dizer com a nobreza do sou carácter, e com o seu espírito de patriotismo o lealdade, que isso não é verdade.
Eu não tenho dúvida de que S. Ex.ª nos vai dizer, tranquilizando assim o Parlamento e o País, que isso é absolutamente falso.
Sr. Presidente: uma prova de que V. Ex.ª não pode deixar de pensar assim deu-se ainda hoje nesta Câmara, em que um membro do Ministério apresentando uma proposta de lei da qual certamente hão-de advir benefícios para o País, S. Ex.ª apelou para o patriotismo da Câmara, pois a verdade é que S. Ex.ª sabe muito bem que na discussão dessa proposta, como do todas as que êste Govêrno tem trazido à Câmara, ela tem procedido com todo o patriotismo
As notícias isoladas publicadas nos jornais, se não são da responsabilidade de quem as firma, são, no emtanto, da responsabilidade daqueles que as levam para o conhecimento do público.
Refiro-me à entrevista publicada no Diário de Lisboa de têrça-feira, em que um membro do Govêrno, dos mais categorizados, disse que o Govêrno tom do seguir o seu caminho para bem se desempenhar do seu mandato; mas o que não podo fazer por emquanto, por isso que, se bem que tivesse sido jugulada a rebelião da rua, tinha ficado de pé a rebelião do Parlamento.
Estou em condições especiais adentro dêste lado da Câmara para falar, pois a verdade é que sou um dos parlamentares que foram de parecer que o Partido Nacionalista fosso ao Poder, e isto por uma razão que era comum a ambos os partidos, ao Nacionalista o ao democrático, a que tenho a honra de pertencer. Ao contrário do que se tem dito, nunca ouvi ao meu partido sustentar a necessidade de ser êle o único detentor do Poder
Muitos apoiados.