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Diário da Câmara dos Deputados
Eu tomei esta atitude por me parecer que, procedendo como procedo, defendo os altos interêsses do País.
Àpartes.
Eu fiz o meu requerimento porque entendo que acima da política estão os interêsses da província de Moçambique o do Estado.
— Também digo claramente que é necessário que haja quem assuma a responsabilidade nesta questão.
Quem apresentou à Câmara a respectiva proposta foi o Sr. Vicente Ferreira, que fez também o elogio dos que trataram do assunto em Inglaterra; o assim não se compreende que seja da parto do Partido Nacionalista que venham as maiores dificuldades para que a proposta seja discutida.
Apoiados.
Àpartes.
Vá a culpa a quem cair, mas eu quero dizer ao País que não quero ter as responsabilidades, dadas as circunstâncias da província de Moçambique, de se não discutir esta questão por não estar presente o Sr. Ministro das Colónias.
Apoiados.
Por isso fiz o meu requerimento.
A Câmara resolverá como entender, mas devo atender às circunstâncias daquela colónia.
Disse e continuo sustentando que há dois pontos importantes nesta questão para a província de Moçambique: o empréstimo e o convénio.
Obteve-se, realmente, que se pudesse alcançar o empréstimo, independentemente da questão do convénio, e pode muito bem suceder que, pela atitude que aqui tomarmos, deixe de se realizar êsse empréstimo, e depois não sei em que novas condições se poderá conseguir êsse desideratum, quando é certo que a questão do empréstimo é da mais alta importância. Isto é que eu quero frisar bem.
Nós temos de dar a Moçambique uma vida própria.
É indispensável que mostremos ao mundo que a nossa acção colonizadora tem de ser respeitada e que empregamos todos os esforços, não só para civilizar as colónias a nosso cargo, como, também, para não pôr embaraços ao desenvolvimento do hinterland.
Hoje não se podem fazer obras de fomento sem que haja verbas especiais destinadas a êsse fim.
Com os orçamentos ordinários não é possível acudir a obras de fomento de primeira grandeza, e que é preciso realizar com a maior prontidão.
Há-de ser assim que havemos de responder a todas as insídias, a todos os processos que muitas vezes se têm empregado contra Portugal, mostrando-se que empregamos todos os esforços é que fazemos todos os sacrifícios pelo bem da Humanidade o, pelo desenvolvimento da, civilização na Africa.
Mas não será, por certo, pondo embaraços a que se realizem obras que considero da mais alta importância para a província do Moçambique, que esta terá uma vida económica pròpriamente sua, libertando-se da acção estrangeira; não há de ser pondo embaraços a que se realize êsse desideratum que havemos de mostrar ao mundo que temos razão nas nossas afirmações.
Apoiados.
Na ocasião em que se discutisse a proposta desenvolvida bem todo o meu pensamento a respeito da alta conveniência de que a província do Moçambique tivesse nesta ocasião um empréstimo para entrar imediatamente em medidas de fomento, absolutamente indispensáveis. Se isto se não fizer, havemos de sentir grandes dificuldades para desenvolver uma colónia que, antes de tudo, é preciso nacionalizar.
Apoiados.
E se temos agora de recorrer a empréstimos no estrangeiro é porque, infelizmente, grossos capitais de que nacionais dispõem não aparecem para estas obras de verdadeiro interêsse nacional, em que deveriam ter talvez lucros ainda superiores aos que têm com a sua colocação no estrangeiro.
Não quero abusar mais da atenção da; Câmara.
Quis, simplesmente, pô-la bem ao facto do assunto e, pela responsabilidade que? entendo que me podia caber, dado o conhecimento que tenho das circunstâncias da província de Moçambique, que nestes últimos tempos muito me preocuparam,, não quis concorrer de modo nenhum para que a proposta, apresentada com pedido de urgência por um Ministro que não era