O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

10 Diário da Câmara dos Deputados

vêrno da sua presidência há-de ser um Govêrno nitidamente republicano e do acção fecunda e prestimosa.

Eu quero acentuar ainda que o Sr. Presidente do Ministério só merece louvores pela escolha que fez dos seus colaboradores.

São quási todos pessoas que nós já conhecemos, como camaradas no Parlamento, cujo valor só tem acentuado com brilho nesta casa do Parlamento.

A todos, incluindo aqueles que pela primeira vez fazem parte do Govêrno, endereçamos os nossos cumprimentos, fazendo votos para que por largo tempo, para sua honra e préstimo do país, se conservem nas cadeiras do Poder.

Sr. Presidente: a característica fundamental dêste, Govêrno, aquela pela qual êle merece a simpatia e a confiança do país, é a que lhe dá o facto de ser um Govêrno que se formou fora de combinações do partidos, isto é, fora das conveniências 6 interêsses estritamente partidários.

E um Govêrno nacional, entendendo-se por esta expressão que a sua mais profunda aspiração é resolver a grave crise que nos asfixia e mata.

Os actos que já praticou nestes poucos dias da sua existência demonstram bem o estorço que êle está disposto a fazer no sentido do dignificar a vida do Estado e de aliviar o país do pêso esmagador do Orçamento desequilibrado.

E certo que na sua composição entram diversas figuras que pertencem a vários partidos da República; mas, se êstes não estão mais representados no Govêrno, a culpa não é do Sr. Álvaro de Castro.

Sr. Presidente: a hora que atravessamos não é nem pode ser de lutas, de incompatibilidades, de rancores, nem de batalha entre republicanos.

Eu entendo que o momento tormentoso por que a nacionalidade está passando è para que todos os partidos devam abater as suas bandeiras no altar da Pátria dolorida e ansiosa.

Os partidos que tal não fizeram, os homens da oposição que por um mal entendido orgulho, por uma ambição ou vaidade, colocarem os seus interêsses acima dos interêsses da nacionalidade, praticarão, uns e outros, uma obra criminosa.

Podo o Govêrno contar da parte do Grupo Parlamentar de Acção Republicana, com um apoio firme, decidido e completo.

E evidente que não abdicamos dos nossos direitos de crítica aos actos do Govêrno; mas, em todo o caso, essa crítica há-de ser condicionada pelos sinceros intuitos que nos animam, do uma útil colaboração com o Govêrno.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal: - Sr. Presidente: respeitando uma velha praxe, começo por apresentar, em nome do Partido Nacionalista, de que sou leader os nossos cumprimentos ao chefe do Govêrno e aos seus colaboradores.

E com os nossos cumprimentos vão também os nossos melhores desejos por que a sua acção se traduza em qualquer cousa de útil para o País, cujos interêsses estão acima dos nossos ódios e credos.

Não entramos na análise que tantas vezes se tem feito, do passado político de todos os Ministros, que a audácia pertinaz do Sr. Álvaro de Castro conduziu até as cadeiras do Poder. Reputamos todos republicanos, mesmo quando o não fôssem até às vésperas de assumirem o cargo de Ministro. E se nem todos são republicanos históricos, da que tantas vozes, nas lutas parlamentares, se tem feito cavalo de batalha, em todo o caso ou sou o primeiro, por amor à verdade, a reconhecer que muitos dêsses tais que não são republicanos históricos têm procurado compensar aquela parte da sua vida que não foi dedicada ao culto dos ideais republicanos já pregando do alto de várias tribunas uma República mais ferozmente intransigente e truculenta do que a nossa, já livrando o povo republicano de pôr às costas as correias de soldado, o que representa, sem dúvida, um gravo imposto.

Apoiados.

Faço êstes cumprimentos em nome do partido de que sou leader. Mas como têm procurado envolver-me, pessoalmente, directamente ou indirectamente, consinta a Câmara que eu abandone por momento a minha qualidade de leader, deixando a um dos sub-leaders do meu partido o