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Sessão de 8 de Janeiro de 1924 13

governar, todos aqueles que importava conhecer, que tinham como oficiais os comandantes exercido a sua acção, todos que deram tudo que puderam dar para a manutenção da ordem pública.

Apoiados.

Evidentemente que S. Exa. não vem da Inglaterra conspirar; mas a verdade é que o Sr. Presidente da República proferiu dar a êste país uma direcção errada, talvez tentando o aliciamento dos oficiais.

Não apoiados.

Apoiados.

Protestos.

Importa também, preguntar, visto que não há fumo sem haver fogo, contra quem é que o Sr. Presidente da República procurava emfim defender-se. Contra quem é que êle pretendia, porventura, defender o livre exercício da sua acção constitucional.

Seria contra os democráticos? Contra mim? Contra quem seria?

Entendo que desde que nós entrámos ao caminho das revelações não devemos ficar em meio.

Apoiados.

Contra quem era, repito, que S. Exa. Queria defender-se? Seria contra o Sr. Álvaro de Castro que nessa época procurava também sondar o estado de espírito da guarnição de Lisboa, creio que com o intuito de apressar a queda ministerial do Govêrno do Sr. António Maria da Silva?

Pois, meus senhores, por uma estranha ironia dos factos, os acontecimentos desenrolaram-se de forma que foi uma enorme confusão.

Vejo que o Sr. Presidente da República, em política tem conseguido pelo desconhecimento dos homens da República portuguesa um trabalho confuso.

Aparece-nos o Sr. Álvaro de Castro como defensor da Constituição de braço dado com o Sr. António Maria da Silva, contra o qual dirigiu os seus ataques num debate aqui travado acerca de perseguições exercidas por determinados democráticos da Madeira.

Nessa altura, S. Exa. entendia que poderia lançar aqui o grito de revolta contra os que pretendiam ir contra os direitos individuais dos cidadãos.

Pregunta puxa resposta, resposta origina nova pregunta, e a certa altura o
Sr. António Maria da Silva preguntou ao Sr. Álvaro de Castro.

- Mas então V. Exa. não fez já porte dum Ministério comigo?

Respondeu o Sr. Álvaro de Castro:

— Com que repugnância eu o fiz!

Ao que nos obriga a política e o nosso amor à República!

Felizmente, meses volvidos, os dois estavam aliados e o Sr. António Maria da Silva era convidado pelo Sr. Álvaro de Castro a entrar no Ministério a que êle ia presidir. O Sr. António Maria da Silva, porém, lembrando-se talvez à aquela repugnância, para não obrigar o Sr. Álvaro de Castro a novos sacrifícios não quis entrar nesse Ministério.

Veja a Câmara o que é o novelo da política actual, o que é a falta dum leme seguro, nos acontecimentos políticos

Através dos factos que precipitaram a queda do Govêrno anterior e que fizeram surgir o actual Ministério, o Sr. Presidente da República teve manifestamente uma acção pessoal.

Eu sei dum jornal, que me dizem inspirado das visinhanças de Belém, que andou proclamando que o Govêrno do Sr. Ginestal Machado há muito tempo que vinha preparando um golpe, fazendo relatos deturpados de cousas que se passaram e que eram secretas.

Contado, se nós quiséssemos analisar serenamente a questão, poderíamos, com a mesma soma de argumentos, voltar o bico ao prego e preguntar se foi o Govêrno que quis conspirar contra o Sr. Presidente da República ou se foi S. Exa. que quis conspirar contra o Govêrno.

Qual foi a acção do Sr. Presidente da República?

S. Exa. estava informado de que se tentava qualquer movimento revolucionário.

O Sr. Ginestal Machado estava jantando quando foi surpreendido por um certo numero de sinais dêsse movimento. Não tendo o automóvel ao seu dispor nessa ocasião, teve do o arranjar.

Procurou aproximar-se do quartel de sapadores e o seu primeiro cuidado foi o de telefonar para (aa autoridades encarregadas do guardar o Sr. Presidente da República, o depois telefonar ao Chefe do Estado. Os telefones avariaram-se; e foi preciso concertá-los - o que demorou