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18 Diário da Câmara dos Deputados

ponderação; pois a verdade é que se por um lado necessário se torna reduzir as despesas, por outro lado necessário se torna também que isso seja feito de forma a que de um momento para o outro não possam surgir complicações para alguns serviços públicos.

É absolutamente necessário, repito, reduzir todas as despesas, mas, Sr. Presidente, tendo em atenção o regular andamento dos serviços públicos.

De outro modo fugindo do um mal, do um inconveniente, vamos para outro maior.

Promete o Govêrno tratar do problema das receitas.

Bem sabe o Sr. Ministro das Finanças que efectivamente não será a compressão das despesas que fará equilibrar o Orçamento.

Por isso eu quero dizer que a Câmara não deixará de dar o seu aplauso às medidas para equilibrar o Orçamento, aumentando as receitas, e distribuindo impostos.

Isto pode fazê-lo um homem como o Sr. Álvaro de Castro, que, não tendo que respeitar os desejos ilegítimos da plutocracia, está apto a realizar a obra que se torna necessária.

As palavras de cumprimento que dirigi ao Sr. Ministro do Comércio posso sem esfôrço ampliá-las aos outros Ministros.

Elas são a prova de que acredito sinceramente na sua acção, escusando de dizer as palavras que proferi na apresentação do Ministério que precedeu êste Ministério.

Quero em todo o caso chamar a atenção do Govêrno para factos que se estão dando e que não podem deixar de merecer uma cuidadosa e escrupulosa vigilância e decisiva acção da parte de quem gere os destinos do País.

Refiro-me aos aspectos da nossa política internacional.

Encontram-se em Portugal, neste momento, os homens que estão nos postos diplomáticos de maior responsabilidade.

Outros postos estão vagos, dizendo o Govêrno que não os preencherá.

É possível que o Govêrno tenha motivos para tal resolução; mas mal se compreende que, neste momento em que em Londres se trata de uma grande operacão financeira para a nossa província de

Moçambique, e no momento em que estão em jôgo os nossos interêsses nessa província, fique vaga essa legação.

Mas não basta o Govêrno fazer o preenchimento dessas vagas de tanta importância e responsabilidade. E necessário também que faça o, que há muitos anos se vem reclamando: a reforma dos serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros que se impõe cada vez mais.

Apoiados.

Agora mesmo os jornais brasileiros referem factos para os quais julgo obrigação minha, chamar a atenção do Sr. Presidente do Ministério, visto não estar presente o Sr. Ministro d[ps Negócios Estrangeiros.

Êsses jornais referem que se estão fazendo em alguns estados do Brasil contratos de imigração com engajadores portugueses.

Julgo gravíssimo êste facto. O Govêrno não pode deixar de atender a êle, porque representa para o nosso brio nacional uma ofensa.

O problema da emigração tem servido para tiradas oratórias e ardentes artigos nos jornais; mas um Govêrno de uma democracia de há muito que o devia ter resolvido para que vergonhas como esta, que acabo de referir, não se dessem.

Uma séria reforma dos serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros já teria zelosamente tratado dos interêsses dos nossos emigrantes, e teria evitado as vergonhas que muitas vezes os jornais denunciam, e que, continuando a dar-se, prejudicam a nossa dignidade e brio nacional.

Dizendo o que acabo de dizer, não digo qualquer palavra que possa ter um mal entendido; porque nestes assuntos de política internacional há aspectos delicados a que é necessário atender; e, tendo e& a obrigação de chamar a atenção do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros para certos factos, quero deixar bom claras as minhas ideas com respeito aos factos.

Quero referir-me ao lamentável incidente que diz respeito a uma aspiração, que sem ser de maior perigo, em todo o caso constitui motivo para preocupações nas pessoas que se ocupam dos nossos interêsses nacionais.

O que se passou com a organização do chamado desafio de football em Espanha,