O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 17 de Janeiro de 1924 19

dos recrutas de permanência com os da instrução, que excede os 30:000 homens do tempo da monarquia.

Mas há mais: nunca no tempo da monarquia existiram, de facto, 30:000 homens nas fileiras. Só na época da encorporação.

Mas imagina a Câmara que êsses soldados, praças de pré, estão no quartel e não dão a impressão de que são do exército?

Não; estão aí em várias tribunecas, criadas à sombra da reforma de 1911, em serviços cuja utilidade ninguém conhece, como, por exemplo, na escola de automobilismo, como se não fora uma desgraça dêste país o automobilismo. Outros serviços há dispensáveis.

Porque não traz S. Exa. à Câmara um projecto pedindo a dispensa do Regimento para a remodelação dos serviços do exército?

Porque não reduz o efectivo das praças de pré a um têrço, reduzindo o número de unidades dentro dos quartéis?

Apoiados.

Porque deixa que nesses quartéis estejam soldados a sugar o dinheiro do contribuinte, ao mesmo tempo que deixa o contribuinte sem a riqueza colectável?

Porque não olha S. Exa. para o orçamento do Ministério da Marinha, onde também encontra dotação para 5:900 praças de pré destinadas a um número deminutíssimo de navios, que não precisam de pessoal tam grande?

É que, depois de proclamada a República, se criaram muitas tribunecas, onde estão dispersas as praças, gastando dinheiro do Estado.

Porque é que o Ministério da Agricultura, cujas funções poderiam ser desempenhadas durante alguns anos por um director geral, hoje tem um funcionalismo enorme, impróprio e em proporções incompatíveis com os nossos recursos e dignidade? Porque se não reduz?

Apoiados.

Porque se não reduz também a função do Ministério do Trabalho?

Apoiados.

Toda a gente sabe que há serviços dentro dêsse Ministério que foram criados por uma aspiração de grandeza a que os factos não deram razão e que não podem ser sustentados.

Apoiados.

Não; o povo não pode pagar mais impostos emquanto se não fizerem estas reduções necessárias.

Apoiados.

Traga V. Exa. aquilo que é preciso, reduzindo concretamente essas despesas, e S. Exa. e verá como defenderei os pontos de vista úteis ao país.

Então sim; a República poderá exigir todos os sacrifícios.

O Parlamento dará os seus votos a essas medidas. Mas emquanto o não fizer, não.

É mester que, como tantos outros projectos que aqui têm sido trazidos, êste não enferme do mal de não ter sido estudado, de se não adequar ao meio e não poder ser executado.

Pois então S. Exa. quere ainda maior caos neste país?

A cobrança da contribuição industrial de 1922-1923 ainda não está feita.

Parece que o país está a nadar em dinheiro. No em tanto, só essa contribuição deve produzir mais de 30:000 contos.

Porque não toma o Govêrno providências tendentes a fazer cobrar êsse imposto?

Apoiados.

Se se verificou que essa cobrança não podia ser executada, porque não tomou providências no sentido de a executar?

Apoiados.

Não, eu não quero um debate político, porque não são precisas palavras, mas apenas factos, propostas concretas e reduções de despesas; não julgo, porém, que haja um parlamentar que possa discutir e votar, de afogadilho, uma nova lei de sêlo, que fere tantos e tam legítimos interêsses.

Não; contente-se o Govêrno em trazer medidas mais simples.

Apoiados.

Vamos discutir a lei do sêlo, mas não se julgue que êste Parlamento não levará meses a discuti-la e não se creia que-