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10 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: - Requeiro a contraprova e invoco o § 2.° do artigo 116.° do Regimento.

Procede-se à contraprova.

O Sr. Presidente: — Rejeitaram a autorização 46 Srs. Deputados e aprovaram 20.

Está rejeitado.

Novos protestos da minoria monárquica.

Negócio urgente

Desejo ocupar-me, em negócio urgente, das avultadas despesas que, não obstante a situação do País, se projectam fazer por ocasião da próxima viagem presidencial ao Porto, nomeadamente com a ida ali da divisão, naval e de toda a numerosa e cara companhia lírica de S. Carlos, propositadamente para dar um espectáculo de gala, — Paulo Cancela de Abreu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Sr. Presidente: pedi a palavra para explicações a fim de dizer que entendo que o Parlamento rejeitou muito bem o negócio urgente, porque o assunto não merece a discussão da Câmara.

Apoiados da maioria.

O Sr. Presidente da República vai no dia 31 próximo ao Pôrto, como era legítimo que fôsse, pois, que se trata duma festa da República, a festa inicial da República, a que S. Exa. n~so podia faltar. Mas a exploração que se pretende fazer com a viagem de S. Exa. merece na verdade que não fiquem em silencio por parte do Govêrno as declarações necessárias para tranqüilizar o espírito público e principalmente o monárquico.

S. Exa. vai ao Pôrto, mas pão vai gastar na sua viagem cem contos nem nada que se pareça com isso.

O Estado republicano nada tem com a viagem da companhia lírica, Ela vai ao Pôrto à sua custa; vai como quere e quando quere.

Os navios vão ao Pôrto porque já estavam destinados a saír para viagem de instrução. É natural que se faça coincidir essa viagem com a data da comemoração do 31 de Janeiro.

E eis aqui ao que se reduz tudo quanto

se tem procurado inventar para mais uma campanha ignóbil contra a República.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — O assunto que eu pretendia tratar em negócio urgente e do domínio público.

Não houve ainda nenhum desmentido da parte do Govêrno.

Não nos importa que o Presidente vá ao Pôrto ou vá onde quiser; o que nos importa é a despesa que se terá de fazer com essa viagem.

Sussurro.

O Sr. Presidente: — V. Exa. tem a palavra sòmente para explicações.

O Orador: — E o que estou fazendo. Estou explicando que desejava tratar dêste assunto em negócio urgente para saber quem paga as despesas com a récita de gala que se projecta levar a efeito no Pôrto, indo ali, para êsse fim, a companhia de S. Carlos.

Protestos da maioria.

Na ocasião em que se estão pedindo novos impostos, não faz sentido que se vá gastar dinheiro desta maneira.

Por agora nada mais digo.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — O Sr. Carlos Pereira deseja tratar, em negócio urgente, das reclamações da classe telégrafo-postal.

Os Srs. Deputados que autorizam, queiram levantar-se.

Está autorizado.

Tem a palavra o Sr. Carlos Pereira.

O Sr. Carlos Pereira: — Sr. Presidente: uso da palavra sem qualquer intuito de marcar uma posição de defesa ou de ataque às reclamações dos funcionários dos Correios e Telégrafos, Pretendo apenas obter do Sr. Ministro do Comércio informações sôbre o assunto que se me afigura momentoso.

É público e notório que os funcionários telégrafo-postais apresentaram determinadas reclamações ao Sr. Ministro do Comércio.

Ora para que o Pais, saiba o que há acerca dessas reclamações, é que eu pedi a palavra, para que, quem de direito, que é