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26 Diário da Câmara dos Deputados

Há ainda uma circunstância estranha digna de ser ponderada pela Câmara.

Houve um jornal de Lisboa que teve o arrojo de publicar as respectivas bases do empréstimo, mas os jornais que fazem a agitação do empréstimo, sabendo que o segredo é a alma do negócio, descompuseram êsse jornal, salientando-se nesse protesto um dos jornais mais importantes, o que se diz mais grave na imprensa de Lisboa.

Ora, essa publicação foi salutar porque tornou conhecido do Taís o que só era conhecido dum número limitado de pessoas.

Continuaram as descomposturas, e até o Sr. Dr. Bernardino Machado, que teve a coragem de em qualquer entrevista pôr reticências ou dúvidas sôbre o projectado empréstimo, recebeu no Século uma descompostura em forma por ter tido êsse atrevimento.

Nestas condições Sr. Presidente, desde que se trate dum negócio importante, em que há um grande jôgo de interêsses, não compreendo um requerimento desta natureza.

Sr. Presidente: para satisfazer a impaciência do ilustre Deputado, meu amigo, Sr. António Correia, vou terminar as minhas considerações, dando a S. Exa. o ensejo do quanto antes aprovar o requerimento do Sr. .Abílio Marques, ou rejeitá-lo; rejeitando-o, creia S. Exa. que presta um grande serviço ao País, porque contribui para que não se cometa um acto que pelo menos se deva classificar de leviano.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando devolver, nestes termos, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Francisco Cruz (sobre o modo de votar): — Sr. Presidente: não posso deixar de chamar a itenção de V. Exa. para êste facto que não quero agora classificar. Tratando-se do um assunto da máxima importância, e tendo o Sr. Presidente do Ministério sido convidado a comparecer à sessão, V. Exa. n informou a Câmara de que S. Exa. estava no Senado, mas que viria em breve. A sessão do Senado já terminou, e o Sr. Presidente do Ministério, que tanto empenho tem em ver êste assunto votado, o Sr.

Presidente do Ministério, que já foi governador de Moçambique e que, portanto, pelos seus vastos conhecimentos muito nos poderia esclarecer, recusa-se a comparecer. Depois digam que a culpa de tudo pertence ao Parlamento.

O orador não reviu.

O Sr. Lelo Portela (sobre o modo de votar): — Sr. Presidente: antes de principiar as minhas considerações, peço a V. Exa. a fineza de mo dizer a que horas, se entra no período de antes do se encerrar a sessão.

O Sr. Presidente: - Às 19 horas e 40
minutos.

O Orador: — Agradeço o esclarecimento de V. Exa.

Sr. Presidente: o facto apontado pelo Sr. Francisco Cruz representa uma situação que é preciso esclarecer. O ilustre Deputado Sr. Moura Pinto, que estava no uso da palavra sôbre o modo de votar de uma proposta apresentada ontem pelo Sr. Presidente do Ministério, interrompeu as suas considerações, pedindo a S. Exa. que interrompesse também a discussão dessa proposta até que o Sr. Presidente do Ministério comparecesse à sessão. Aguardou-se, pois, a presença de S. Exa. e, como não chegasse, o Sr. Deputado Abílio Marçal requereu que se discutisse a proposta de empréstimo para a província de Moçambique.

Nós estávamos a discutir determinada proposta do Sr. Presidente do Ministério, que não foi retirada da discussão, e por isso pregunto a V. Exa. qual é de facto a matéria de que se compõe a ordem do dia da sessão a realizar na próxima segunda-feira.

O Sr. Presidente: — Naturalmente a ordem do dia será a continuação da discussão dos assuntos em debate.

O Orador: - Agradeço a informação de V. Exa.

O Sr. Carlos de Vasconcelos (sobre o modo de votar): — Sr. Presidente: há dois dias que nesta Câmara se estabelece um largo debate sôbre o modo de votar.