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Sessão de 8 de Fevereiro de 1924 13

A classe dos exploradores, a família famigerada dos novos ricos, que não só importam despender, pela facilidade com que ganham o recebam dos cofres públicos.

O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Chegue, chegue nos seus correligionários.

O Sr. Carvalho da Silva: — Não apoiado; não somos nós.

O Orador: — Pregunto ao Govêrno o que pensa sôbre êste gravíssimo problema, capital para o País, problema que interessa a todas as classes, que urge remediar de todos os modos, sob pena do caminharmos para uma solução tremenda, cujos resultados finais ninguém pode prever.

Pregunto ao Govêrno que solução tem, por que modo procura resolver a situação do País, desenvolvendo o seu fomento. Mas não com medidas de ocasião, responda o Govêrno de uma maneira clara e terminante.

Nem o Sr. Ministro da Agricultura, nem o do Comércio, nem o das Finanças apresentam qualquer idea que tenda para essa solução.

O Govêrno só conta com o apoio, que acredito não tenha solicitado, não havendo nenhuma razão oculta para isso, mas que, sem reserva o digo, menos honroso é êsse apoio para o Govêrno: só conta com o apoio da moagem.

Não apoiados.

Apoiados.

Pausa.

O Orador: — Então, é ou não verdade que os jornais da moagem estão a apoiar o Govêrno?

Apartou.

Interrupções.

Aponte qualquer dos ilustres Deputados que apoiam o Govêrno um único jornal, subsidiado pela moagem, que não esteja ao lado do Govêrno incondicionalmente.

Diga a Câmara se alguma vez se viu da parto dos órgãos do grande circulação uma atitude tara entusiasta e clamorosa para com o Govêrno, como a atitude dêstes jornais, especialmente para com o actual.

Êstes são os factos, do que faço o comentário que entendo.

Evidentemente os jornais subsidiados pela moagem tuia o direito de apoiar quem quiserem; mas eu tenho o direito também do dizer que o Govêrno tem aqui o seu único apoio.

O Sr. Carvalho da Silva: — É tanto mais claro e pesado, quanto mais escuro e leve é o pão.

O Orador: — Estamos no direito de tirar as conclusões que entendamos.

Essa atitude nota-se até, de uma maneira seguramente criminosa, acerca da viagem presidencial ao Pôrto, e com a nomeação de determinados cargos diplomáticos.

Apoiados.

Nota-se em todos os ramos da administração do Estado.

É preciso lutar, resistir; havemos de lutar seja contra quem fôr, contra todas as classes onde essa acção se possa criar.

Apoiados.

A prova é que essa moagem que apoia o Govêrno não se tem manifestado contra o agravamento do câmbio e aumenta do custo de vida.

Contra factos não há argumentos.

Tem estado a maioria calada sôbre esta proposta, e

O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Os homens da moagem são monárquicos na sua maioria.

Àparte do Sr. Carvalho da Silva e vários àpartes da maioria.

O Orador: - De modo que é mester pôr em confronto a atitude de determinados jornais, cujas boas intenções não ponho em dúvida, perante a viagem do Sr. Dr. António José de Almeida ao Pôrto, da viagem do Sr. Sidónio Pais, também ao Pôrto, ambos Chefes de Estado, e a do actual Presidente.

Apoiados.

Nestas condições é que êste Govêrno demanda a confiança do Parlamento, confiança que não tem da parte do País.

É nestas condições que o Govêrno quere defender a Constituição e o Parlamento