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Sessão de 26 de Fevereiro de 1924 13

segunda terá lugar em Dakar dentro de dois anos o meio.

Sr. Presidente: outras vantagens ainda advieram do Congresso, quer sob o ponto de vista humanitário, quer atraindo àquela província altas capacidades scientíficas, que puderam observar o modo como ali se trabalha, principalmente no que respeita à protecção ao indígena.

Esta observação deu margem à publicação de artigos em jornais estrangeiros, como a Presse Médicale, e outros jornais da África do Sul e revistas inglesas. Não estou, portanto, arrependido de ter perfilhado a idea do Congresso, que foi sugerida pelo Sr. Dr. Damas Mora, ilustre chefe do serviço de saúde de Angola.

Neste Congresso houve também um aspecto interessante.

Tive idea de particularmente, me entender com o Sr. governador de S. Tomé, para que os congressistas pudessem visitar as roças e plantações ali existentes, a fim de que êles pudessem verificar o modo como ali eram tratados os indígenas. Essas visitas fizeram-se e o seu resultado foi concludente, porque já tive ensejo de ler à Câmara referências elogiosas, de varias sumidades mundiais, tanto para Angola como para S. Tomé, que desfazem por completo essas malévolas atoardas que se têm feito espalhar.

Referiu-se também o Sr. Cunha Leal ao facto de eu ter mandado abonar uma gratificação de 1.500$ a uns indígenas que tinham desatolado o meu automóvel numa estrada qualquer.

Procurei recordar-me de como o caso se havia passado, e como se tratava de dinheiro que tinha sido mandado pôr à disposição de um dos meus ajudantes, preguntei-lhe se tinha quaisquer dados arquivados, e como, felizmente, trouxe o livro dos meus despachos, posso explicar o caso à Câmara.

O aspecto da questão é inteiramente diverso.

Eu tinha resolvido ir visitar os poços de petróleo existentes no Alto Dande, e para isso tinham sido prevenidas as autoridades da circunscrição respectiva.

Como, porém, na noite anterior tivesse chovido torrencialmente, foram mandadas reparar as estradas para que pudessem transitar os automóveis, serviço em que foram empregados cêrca de 200 a 250 indígenas, que trabalharam afincadamente durante um dia e uma noite.

Ora, a verba mandada abonar foi de 500$, porque se calculou 2$ para cada um, mas como para receber a gratificação apareceram menos, entraram ainda na Fazenda cêrca de 135$.

Devo dizer que muitas vezes quando vou para o interior, principalmente para regiões pouco ocupadas, levo comigo dinheiro do Estado, que é abonado como recompensa aos indígenas que fazem determinados serviços durante a viagem, e que é dado também como recompensa aos sobas que trazem os chamados «presentes».

São cousas que não se podem recusar naquelas terras, e que nós as mandamos outra vez: se são bois mandamos em carne para comerem, e assim mandamos outras cousas, além de outras remunerações que é costume dar nessas terras, e que todos que por lá passaram conhecem.

Apoiados.

É possível que os 1.500$ se refiram a cousas como estas.

Eu fui acusado por ter transferido os serviços da aviação de Humpata para o Humbe.

Se o fiz, foi por julgar necessário por diversas circunstâncias; e se eu não tinha critério para resolver êstes casos, mal andou o Senado e o Govêrno mandando-me para Angola.

As razões principais foram as condições de Humpata não terem os requisitos necessários sob o ponto de vista militar, o que mo levava a escolher o Humbe para centro da aviação, além de que eu desejava essa aviação de forma a torná-la comercial, sem lhe tirar a característica militar.

O que existia em Humpata era pouco: uma casa de adoube e um telheiro.

Houve despesa, mas aquela que era indispensável; poupou-se muito, pois até oficiais serviram de chauffeurs. Houve despesa com gasolina, com camiões e com reparações de estradas.

Falou-se depois, também, na Agência Geral.

A Agência Geral estava instalada numa casa que não chegava para os serviços de emigração e colonização; a colonização que tem sido sempre o meu sonho,