O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 10 de Março de 1924 21

me dará ocasião de livrar o Estado de sustentar algumas dezenas de presos, numa altura em que quási não temos dinheiro para sustentar os que há. O momento que atravessamos e de singulares dificuldades financeiras, mas creio que alguma cousa se poderá fazer para modificar o nosso regime prisional, evitando sobretudo contágios perigosos, separando os presos condenados a penas maiores dos que apenas foram condenados a ligeiras condenações.

O Sr. António Correia: — Lembro a V. Exa. que há mais de um ano que se encontram em Monsanto vários presos que aguardam o embarque para África.

O Orador: — Está alguns que esperam o transporte há mais de dois anos! Mas dá-se esta circunstância: eu não tenho dinheiro e as colónias não, os querem receber!

O Sr. António Correia: — Trata-se de indivíduos cheios de vida que, em África, podiam prestar serviços úteis, e que estão a apodrecer em Monsanto!

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: não estando presente o Sr. Presidente do Ministério, vou dirigir-me ao Sr. Ministro da Justiça, fazendo-lhe uma pregunta a que S. Exa. por certo poderá responder, visto que se trata de um ponto basilar, por assim dizer, da orientação geral do Govêrno.

Desejo saber se o Govêrno pensa em aumentar a circulação fiduciária, como já vi indicado nos jornais.

Aproveitando êste ensejo de estar com a palavra, eu felicito o Govêrno pela opinião que foi exposta pelo Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, pessoa da minha maior consideração, no almoço de homenagem ao Sr. redactor principal do jornal O Século.

Por êsse brinde se verifica que a homenagem prestada ao Sr. redactor principal do jornal O Século se tornou extensiva à emprêsa proprietária do mesmo jornal, a Companhia Portugal o Colónias.

Mais uma vez se demonstra a diferença que há entre aqueles que têm de ser gra-

tos — os republicanos –à homenagem e aqueles — os monárquicos - lhe ser gratos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos (José Domingues dos Santos): - Sr. Presidente: quem responde pela política geral do Govêrno é o Sr. Presidente do Ministério: todavia, quanto ao ponto concreto a que S. Exa. se referiu, eu posso responder que é propósito firme do Govêrno não aumentar a circulação fiduciária.

Quanto ao segundo ponto, devo declarar que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, quando falou no banquete de homenagem ao Sr. redactor principal do jornal O Século, fê-lo em seu nome pessoal e não em nome do Govêrno.

Cumpre-me ainda declarar que não tenho relações nenhumas com a moagem.

Não sei se a moagem merece a gratidão de todos os republicanos; sei que não merece a minha.

O que eu sei é que muitas das pessoas que são apontadas - como pertencentes à moagem, são monárquicas...

O Sr. Cancela de Abreu: — Não se percebe isso bem, quando toda a gente sabe que a moagem após a República...

O Sr. Carvalho da Silva: — Na moagem não conheço um único correligionário.

O orador não reviu, nem o Sr. Carvalho da Silva e Cancela de Abreu fizeram a revisão da seus apartes.

O Sr. Presidente: — A próxima sessão é amanhã, à hora regimental, com a seguinte ordem de trabalhos:

Antes da ordem do dia (com prejuízo dos oradores que se inscrevam):

Proposta de lei n.° 665 (crédito para o Ministério da Justiça de 3:100.000$).

(Sem prejuízo dos oradores que se inscrevam):

A que estava marcada e mais:

Parecer n.° 560 que anexa Tróia ao concelho e freguesia de Setúbal.

Parecer n.° 624 (crédito de 413.000$ para o Ministério da Guerra),