O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 Diário da Câmara dos Deputados

mente que tal parecer não fôsse discutido sem que ao mesmo tempo se procurasse dar satisfação às aspirações manifestadas no Congresso das Misericórdias do País.

Não havia nenhuma politiquice.

Essa insinuação veio daquele lado da Câmara, e com toda a energia a repeli.

Não sei a que propósito se proferiu essa palavra «politiquice», vindo sôbre nós como se fôsse uma seta cheia de veneno.

Era meu dever devolvê-la à procedência, e foi isso o que fiz.

Fique porém bom expresso que o desejo que nós temos é que se discuta em globo tudo quanto possa, interessar a todas as Misericórdias.

O orador não reviu.

O Sr. Jorge Nunes: — Sr. Presidente: entendo que para aproveitarmos bem o tempo e sermos úteis às Misericórdias, nós devemos aceitar o ponto de vista do Sr. João Camoesas.

O Sr. Alberto Jordão: — Mas eu fiz dois requerimentos, de maneira que está certo o que eu disse.

O Orador: — Nestas condições esclarecido, o caso, e reconhecido que todos nós estamos no melhor propósito acerca da situação precária das Misericórdias, resolvendo como fôr de justiça e possível, não tenho dúvida em declarar a V. Exa. que logo que o Sr. João Camoesas, e na altura que V. Exa. indicar, enviar para a Mesa o artigo novo, indicando us conclusões a que chegaram as misericórdias no seu congresso, votaremos para que baixe então tudo às comissões para estudo;

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: desejo dizer a V. Exa. e à Câmara, que se nós rejeitámos o requerimento apresentado pelo Sr. Narciso de Matos, não foi por má vontade contra as Misericórdias e instituições de beneficência do país, mas pelo contrário, por que é bem definido e claro o nosso propósito de contribuir para que todas essas instituições sejam atendidas nas suas reclamações.

Assim, parece-nos que é atrabiliário e inconveniente discutir e votar parcelar

mente propostas que estão absolutamente abrangidas nas reclamações que o respectivo congresso formulou, congresso a que assisti e que coreou nos melhores termos e com muito brilhantismo.

Portanto por mais justo que seja o propósito do Sr. Narciso de Matos, e parece-me justo, entendo que devemos guardar a sua discussão para quando fôr apresentado o projecto de lei que do uma maneira geral abrange as reclamações das misericórdias do país.

Mas isso não quere dizer que eu não dê o meu voto à proposta do Sr. João Camoesas ou qualquer outra que tenda a uma medida de ordem geral.

Parece-me que não é apenas a Misericórdia de Santo Tirso, que tem as suas propriedades arrendadas por quantias insignificantes, muitas outras estão na mesma situação.

Parece-me portanto inteiramente aceitável qualquer medida de carácter geral a êste respeito, o desde já declaro que votarei qualquer proposta apresentada nesse sentido.

Sr. Presidente: há pouco, quando se procedia à votação, ouvi que das bancadas da maioria se pronunciaram frases como esta: «isso é que é interêsse das misericórdias!».

Sem vaidade mas unicamente em legítima defesa, devo declarar a V. Exa. o que não podem ser dirigidas a êste lado da Câmara acusações como essa, tanto mais que, devo dizê-lo, a Misericórdia da minha terra deu-me a honra de me proclamar seu irmão benemérito, por eu lhe destinar uma parte do meu subsídio de Deputado.

Quem procede assim, pode bem com as acusações que possam partir das bancadas da maioria.

Apoiados.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. João Camoesas: — Sr. Presidente: em conformidade com o que tenho ouvido de todos os lados, da Câmara e por me parecer mais conveniente, envio uma proposta para a Mesa, que substituirá a primeira.