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Sessão de 24 de Março de 1924 15

então é a hora de pensar em que venha quem o possa salvar.

Eu só desejaria que o Sr. Presidente do Ministério o os Srs. Deputados republicanos pudessem porventura contestar com argumentos os argumentos que lhos temos apresentado.

Mas, ao contrário, S. Exa.. por números, o até por A mais B, tem demonstrado que a República pode ser a ruína dêste país.

Demonstrado que a República há-de levar-nos a uma perda inevitável, é chegada a hora do os Srs. republicanos pensarem que a República não pode continuar.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: é voz corrente que o Sr. Presidente do Ministério, ao conversar com alguém que veio junto de S. Exa. reclamar contra a criação do imposto de consumo, lho declarou que tudo lhe sorvia desde que lho trouxesse dinheiro.

Esta frase que define e caracteriza um estadista, foi a resposta do Sr. Álvaro de Castro aos representantes da lavoura, dessa classe que é a origem essencial da riqueza pública.

Como tudo o que traz dinheiro serve a S. Exa., daí resulta que êsse consagrado estadista acha escusado estudar as propostas que subscreve e que os funcionários do seu Ministério elaboram.

E, quando êsses funcionários estão na Inglaterra, há sempre quem os substitua na elaboração dos diplomas bolchevistas que o Sr. Álvaro de Castro subscreve.

Sr. Presidente: parece-me que a confissão feita pelo Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças de que não estudou determinadas propostas, nem as fez, e a declaração de S. Exa. aos representantes da lavoura de que tudo que lho dêsse dinheiro lhe servia, definem e consagram a individualidade política do Sr. Álvaro do Castro, como Chefe do Govêrno.

Pois é êste homem que tem a estulta pretensão do criar a confiança do país e do melhorar a situação aflitiva em que Portugal se encontra.

Não é um estadista dêste estofo que poderá alcançar á confiança do país, nem a

melhoria da situação cambial, nem a melhoria do custo da vida.

O Sr. Presidente do Ministério, há dias transigiu em que a proposta relativa ao imposto do sêlo baixasse à respectiva comissão para que ela omitisse o seu parecer.

Quere dizer: o Sr. Ministro das Finanças, navegando nas águas do ilustre Deputado Sr. Marques Loureiro, e sabendo a orientação que aqui preconizámos no sentido de ser votada a proposta do Sr. Marques Loureiro, acabou por nos dar razão e por demonstrar ao país que foi devido à acção persistente e tenaz dêste lado da Câmara, que se reconsiderou e se evitou uma monstruosidade.

Sr. Presidente: eu não quero entrar na apreciação das conseqüências a que nos conduziram a boa fé e as boas intenções do Sr. Barros Queiroz.

S. Exa., como presidente da comissão de finanças, dou a sua colaboração ao Sr. Álvaro de Castro.

Confesso que me entristeceu esta atitude de S. Exa. e dos outros membros do Partido Nacionalista, que estão ligando as suas responsabilidades inteiramente às dó Sr. Presidente do Ministério, depois da promessa que fizeram de oposição vigorosa o tenaz a êste Govêrno.

Eu não quero apreciar os precedentes de ordem política que giraram à volta da constituição dêste Govêrno, nem as condições em que o Sr. Álvaro de Castro se desligou do Partido Nacionalista.

Em todo o caso, pelo que aqui se disse e vem na imprensa, é realmente para estranhar que homens de valor, — como os há naquele Partido — estejam colaborando com o Govêrno em vez de por todas as formas tratarem de derrubá-lo, substituindo-o por outro que tenha condições para salvar a situação do país.

Se não fôssemos nós, nesta altura, já estariam votadas e publicadas no Diária do Govêrno todas aquelas medidas financeiras que o Sr. Ministro das Finanças apresentou à Câmara o ainda aquelas que estão na forja e que porventura brevemente serão aqui trazidas.

Entristece-me ver que o Partido Nacionalista, repito-o, dê a sua colaboração ao Governo, depois de lhe ter feito uma declaração de guerra formal e de afirmar pela boca do próprio Sr. Barros Queiroz