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20 Diário da Câmara dos Deputados

senão a impossibilidade da maioria da gente freqüentar o teatro, o a indústria não se pode sustentar som os freqüentadores.

A custa dessa indústria vivem milhares de famílias por êsse País inteiro; e não na o direito de lançar impostos desta ordem, que afinal se traduzem em impostos sôbre milhares de famílias que encontram trabalho nas emprêsas teatrais.

Onde é que está a consciência que pode defender uma monstruosidade de tal ordem?

Isto não é tributar. Isto é arrancar a pele ao contribuinte. Isto é arrazar o País.

Mas não contente ainda com esta monstruosidade, vem o Sr. relator, que se diz democrático e defensor dos interêsses do povo, com um desconhecimento absoluto da situação em que funcionam tantas casas, de espectáculos que há no £aís, propor que se lance um imposto sôbre o preço dos bilhetes, que chega a ser nas entradas mais baratas de 50 por cento.

Um bilhete de animatógrafo, por exemplo, dêsses que funcionam na província, que custava $30, passará a custar $60.

Eu não sei se os Srs. Parlamentares têm como eu, o hábito de ler as representações que chegam, até esta Câmara. Se têm, devem ter lido a representação enviada pelos empresários teatrais, em que êles expõem claramente a sua situação.

Eu não falo por mim, porque raras vezes vou ao teatro, porque há muito as circunstâncias impuseram a todos os que não andam em negócios a restrição das suas despesas, e assim eu de há muito restrinjo as minhas.

Mas uma tal disposição vai tornar quási esta indústria dos teatros proibitiva, e assim o Estado vai deminuir a capacidade tributária.

A indústria dos teatros não sustenta só os próprios artistas, mas também concorro para favorecer a indústria dos trens e automóveis, indústrias que são tanto para respeitar como outras.

A Câmara, que se diz protectora das artes, quero d o ata maneira favorecer a literatura teatral!

É pois impossível que a Câmara aprovo uma monstruosidade desta ordem, e não o fará sem o nosso indignado protesto.

Sr. Presidente: quando será que a Câmara compreende os altos interêsses
do País, para que não continue fazendo com que caminhe para a ruína?

Mas, continuando assim, a fome é má conselheira, o a revolução será inevitável, porque a obra do Sr. Álvaro de Castro está concorrendo para isso, digo-o com toda a sinceridade.

Ainda bom que nós, os monárquicos, apesar do muito respeito que temos pelo Sr. Lino Neto, não seguimos a sua opinião, unindo-nos com os outros lados da Câmara, trabalhando nas comissões.

O Sr. Lino Neto (interrompendo): — Os que estiveram na comissão trabalharam e discutiram, como estão agora fazendo V. Exas. que se lá estivessem seriam respeitados e ouvidos.

Apoiados.

O Orador: — Respeitamos muito todas as opiniões, mas convidados a fazer parte dessa comissão, o sabendo previamente que de nenhuma maneira os nossos alvitres seriam aceitos, não faríamos parte dela.

O Sr. Lino Neto: — Devo dizer à V. Exa. que por parte da minoria católica se apresentaram emendas e se fizeram observações que foram atendidas.

O Orador: — Pois com a minoria monárquica dá-se o contrário: todas as propostas apresentadas são rejeitadas, dando-se por vezes até o caso interessante de a Câmara rejeitar qualquer emenda por ter sido apresentada por um Deputado monárquico, e logo a seguir um Deputado republicano apresentar a mesma emenda, e ser admitida.

Sr. Presidente: diz-se ainda que se combinou na comissão do finanças que as resoluções haviam de ser tomadas por forma a que o parecer fôsse assinado com restrições, e na verdade, percorrendo nós o parecer da comissão, encontrámo-lo assinado sem uma única nota de restrição, sem uma única nota de vencido.

Dito isto apenas para que bem claramente fique marcada a nossa atitude, declaro a V. Exa. o Sr. Presidente, que é com muito orgulho, com muita honra, que