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Sessão de 25 de Março de 1924 15

somos adversários do Govêrno e porventura — quantas vezes —, no critério de S. Exa. ns os membros da maioria, adversários dos interêsses da República, vemos um homem honrado que, esquecendo a sua acção partidária, porque entende ser o seu dever, como presidente da comissão do finanças passar horas seguidas ouvindo 03 longos discursos dos Deputados monárquicos e de outros.

É assim, que procedem os homens dêste lado da Câmara.

O Sr. Barros Queiroz entendeu que foi magoado; é uma cousa íntima, diz-lhe simples e unicamente respeito.

Aqueles que apoiam o Govêrno vêm dizer-nos que não esporavam que da sua votação poderia ter resultado êsse melindre do Sr. Barros Queiroz, porque se isso julgassem, não teriam procedido da forma como o fizeram.

Isto vem demonstrar a forma como só tornam resoluções.

Ou era justa a proposta do Sr. Barros Queiroz, o nesse caso deviam votá-la ou não era justa, e nestas condições fOsse qual fôsse a consideração que tivessem por S. Exa. não tinham que modificar a sua apreciação.

Mas, Sr. Presidente, a verdade é que a Câmara tem estado, na sua quási totalidade, absolutamente alheada da discussão.

Eu sou velho parlamentar e sei como se intervém numa discussão, o como às vezes, desconhecendo um assunto, nos queremos apresentar profundamente conhecedores dele.

Eu disse que não entrava na discussão dêste projecto, pois dêste lado havia pessoas competentíssimas para tratar do assunto.

O Sr. Moura Pinto: — E logo de princípio o confessou.

Vários àpartes.

O Sr. Presidente: — Quem tem a palavra é o Sr. Jorge Nunes.

Peço ordem.

O Orador: — Continuando, eu direi a V. Exa. que havia aqui só três pessoas que podiam servir do guia: o Sr. Ministro das Finanças, o Sr. Velhinho Correia e o Sr. Barros Queiroz.

O Sr. Barros Queiroz tem acompanhado minuto a minuto a discussão, o devia merecer mais consideração à maioria que não hesitou e logo rejeitou a emenda.

Não apoiados.

V. Exas. dizem não apoiados, mas fazem o contrario.

O Sr. Correia Gomes: — V. Exa. está dizendo uma injustiça; nós não temos menos consideração pelo Sr. Barros Queiroz que V. Exa.

O Orador: — O Sr. Barros Queiroz que lhe agradeça.

A maioria da Câmara entendeu que não devia votar segundo o critério do presidente da comissão de finanças.

Pela sua situação, pela posição especial que ocupou durante a discussão do projecto, ao Sr. Barros Queiroz não cabia outro papel a desempenhar que não fôsse aquele que há pouco passou a ser, por assim dizer, objecto de nova discussão.

Sentiu-se ferido, sentiu-se melindrado, porque, de facto, o foi.

Tendo muito prazer em apreciar também os discursos daqueles Srs. Deputados que, não tendo assistido à discussão, dela não tendo tido conhecimento algum, há pouco tam sabedores se mostraram, e por isso espero que se inscrevam e que nos esclareçam devidamente.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando devolver, nestes termos, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas»

O Sr. Morais de Carvalho: — Sr. Presidente: havia eu pedido a palavra sôbre o artigo em discussão quando se levantou o incidente acerca do pedido de demissão, por parte do Sr. Barros Queiroz, de presidente da comissão de finanças.

O que se passou com o ilustre presidente da comissão de finanças não deve causar estranheza a ninguém, pois tal facto não representa senão a repetição do que se tem dado desde o início com o contra-projecto em discussão.

Também eu me associo, em nome dêste lado da Câmara, ao protesto lavrado pelo ilustre Deputado, Sr. Dinis da Fonseca contra a forma como êste parecer foi pôsto em discussão.