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10 Diário da Câmara dos Deputados

7 de Basto, em que o professor e administrador do concelho aparecem como subscritores.

O assassino chega a aparecer para dar entrevistas e para receber, subscrições.

Por culpa da polícia?

Não.

Por culpa da República?

Sim.

Isto não pode continuar, sob pena de ter de tratar do assunto todos os dias nesta casa do Parlamento.

E procederia assim para evitar a vergonha de um jornal de Madrid, El Sol, publicar artigos como aquele que vou ler.

Depois de chamar D. Álvaro ao Sr. Presidente do Ministério, acrescenta...

O Sr. Presidente: — V. Exa. não está discutindo o assunto.

O Orador (interrompendo a leitura): — Ouça V. Exa. a carta e verá que estou dentro da ordem!

Continua a leitura.

O Orador: — Veja V. Exa. como êste jornal troça de Portugal. Nada me preocupa o que êste facto representa de desprestigioso para a República, mas como português importa-me muito o que de enxovalho para o meu país isto representa.

Peço ao Sr. Ministro do Interior que cumpra o s.eu dever, dando ordens para que o assassino seja procurado e entregue às autoridades para sofrer o seu castigo.

Sei que a polícia tem à sua frente uma pessoa de alta competência, e sei que o Sr. Ferreira do Amaral vai dar ordens terminantes para que êsse bandido seja preso, pois S. Exa. tem dentro da lei a iniciativa para o fazer sem ordem especial do Ministro do Interior.

Sempre que possa, voltarei a tratar dêste assunto.

Sussurro; trocam-se àpartes.

O Orador: — Não sei que condão ou tenho, que quando falo no assassino de Sidónio Pais a maioria se irrita!

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando nestas condições restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Lelo Portela: — Não usaria da palavra só não fôsse as considerações feitas pelo Sr. Cancela de Abreu.

São injustas as considerações de S. Exa. quando acusa a polícia de não cumprir o seu dever, pois ela tem sido uma corporação que nos momentos difíceis da vida social tem cumprido mais do que o seu dever.

É lamentável que sôbre êste assunto se faça uma exploração política.

Dou o meu voto às emendas do Senado, lamentando que os aumentos feitos à polícia sejam iam insignificantes.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu (para explicações): — Devo esclarecer o sentido das minhas palavras. Eu comecei por fazer o elogio da polícia, e em especial do seu comandante, e disso que a culpa de não ser preso o assassino de Sidónio Pais era mais dos Governos do que da polícia.

Então onde está o meu ataque àquela corporação!? 0nde encontra S. Exa. a exploração política?!

Então não há um delegado do Govêrno que assinou uma subscrição, e também um professor primário para se socorrer o assassino de Sidónio Pais, não sendo presos como cúmplices êstes indivíduos?

Porque não se procedeu contra êles?

Isto não quere dizer que não haja deficiências nos serviços da polícia e faltas de vez em quando, como sucede em todas as corporações.

Eu não nego a essa corporação os elogios a que ela tem direito, especialmente desde que à sua frente se encontra o Sr. major Ferreira do Amaral, que se tem afirmado de uma maneira digna de todo o louvor.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Foi aprovado o projecto tal como veio do Senado, à excepção do artigo 8.° e do § 2.° do artigo 1.°

O Sr. Presidente: — Está em discussão a acta.