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24 Diário da Câmara dos Deputados

certo que tais melhoramentos eram desnecessários porque o navio não os necessita, e representam uma conta calada.

Peço ao Sr. Ministro da Marinha, a quem presto a minha homenagem, porque S. Exa. tem dado provas duma correcção digna de registo, o favor de me dizer se é verdade que o Sr. Presidente da República pensa, 9 o Govêrno concorda, na anunciada viagem de S. Exa. aos Açores e Madeira, e se é 'verdade que o aviso ô de Outubro está sofrendo importantes reparações para êsse fim.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Marinha (Pereira da Silva): — Respondendo às preguntas do Sr. Paulo Cancela de Abreu direi, quanto ao aviso ô de Outubro, que êle está sendo aprontado simplesmente para o serviço topográfico da costa, e terá .de sair na primeira quinzena do mês de Maio para êsse serviço.

Não tenho nem tive nenhuma indicação de que o Sr. Presidente da República pretende fazer qualquer viagem, nem êste assunto foi tratado em Conselho de Ministros.

O que é certo é que tal assunto não foi discutido nem recebi instruções que lhe digam respeito. O navio tem estado a fazer importantes reparações e fabricos necessários para o desempenho da comissão de serviço que, como já disse à Câmara, vai ser realizada.

Estava num estado que não era conveniente para o conforto de qualquer viagem, e também para o próprio navio que carecia de reparações importantes.

Eis o motivo porque essas obras se intensificaram e o pessoal de bordo interpretou, talvez mal, as intenções dessas obras.

Assim se propalou uma opinião, que não é exacta.

Não se está aprontando para viagem do Sr. Presidente da República.

O navio está-se aprontando para sair na primeira quinzena, do mês de Maio, para desempenhar as suas funções.

Não tenho nenhuma indicação para que, qualquer barco se apronte para uma viagem presidencial.

É o que posso informar.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: a situação criada pela greve dos padeiros pode conduzir-nos a sérios casos de alteração da ordem pública. De facto, é muito grave que a população de Lisboa esteja privada de pão, que é um alimento-principal.

Como Deputado por Lisboa não posso deixar de referir-me ao assunto, pois não quero trair o meu mandato.

Desejo que o Sr. Ministro da Agricultura me diga porque é que o Govêrno, tendo conhecimento há poucos dias de que ia dar-se esta greve, não tomou as providências necessárias para se evitar a falta de pão.

Se algumas medidas tomou foram insuficientes, como os factos o comprovam.

Ante a ausência de medidas eficazes, eu lavro o meu protesto, pedindo ao Govêrno que adopte as medidas precisas para que o pão não continue faltando.

Sr. Presidente: esta situação é grave; e eu não desejo acirrar a questão. Mas, se sou contrário a qualquer alteração de ordem, não quero todavia deixar de me ocupar dêste assunto, para dizer que o Govêrno tem graves responsabilidades no que se está passando com a população de Lisboa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Agricultura (Joaquim Ribeiro): — Sr. Presidente: em primeiro lugar, desejo afirmar que o Govêrno tomou todas as medidas.

A greve não foi só em Lisboa, mas estendeu-se a vários pontos do País, o que impediu o Govêrno de fabricar o, pão em quantidade necessária.

Devo acrescentar que dia a dia, o número de rações fabricadas têm aumentado, bem como o número de padarias ocupadas.

Sr. Presidente: apesar de outras, classes se terem também declarado em greve, o Govêrno tem tomado as devidas providências e mais algumas ainda tenciona tomar, mesmo para que se averigue quais as origens e fins do movimento.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. António Correia: — Sr. Presidente: parecerá à primeira vista que as,