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12 Diário da Câmara dos Deputados

O Orador: — Lembro-me de que a questão foi morosamente discutida. Lembro-me de que quando aqui foi votado, o nosso colega Sr. Nunes Loureiro disse: «Aprovo com a consciência do que aprovei».

Pois bem; se amanhã se pedir um empréstimo ao país quero aprová-lo com a consciência do que aprovo.

O orador não reviu.

O Sr. Vasco Borges: — Sr. Presidente: cumprindo as disposições regimentais, mando para a Mesa a minha moção de ordem:

Moção

A Câmara, reconhecendo os patrióticos intuitos que determinaram a publicação do decreto n.° 9:416, de 11 de Fevereiro, e continuando a confiar na acção patriótica do Govêrno, resolve aguardar a discussão do projecto de lei do Sr. Vitorino Guimarães, e passa à ordem do dia.

Câmara dos Deputados, 8 de Maio de 1924.— O Deputado, Vasco Borges.

Não há dúvida de que todos os Govêrnos têm feito esfôrços para remediar a situação financeira e cambial.

Todos reconhecemos o esfôrço e o intuito patriótico do Sr. Álvaro de Castro, a quem fazemos toda a justiça. Certo é, porém, que esta medida de S. Exa. por ser isolada, é chocante.

O Govêrno veio dizer ao Parlamento que tem outras medidas, mas até agora só temos a singularidade dêste decreto em discussão, se bem que o Govêrno outras medidas poderia publicar sem a cooperação do Parlamento.

Isto faz com que cada vez haja mais desconfiança nos espíritos.

Sr. Presidente: para terminar, faço votos, de harmonia com o texto da minha
moção, para que no mais curto prazo de tempo possível se verifique se o decreto
deve ou não ser mantido.

Essa seria a altura era que o Parlamento, com conhecimento perfeito do causa, podia, emitir a sua opinião. Sr. Presidente: as considerações que fiz são, pois, no sentido de saber se o Govêrno realiza totalmente o seu programa de modo a que esta medida de 11 de Fevereiro perca o aspecto desagradável que possui, e então nos possamos pronunciar definitivamente sôbre a questão.

Sr. Presidente: é neste sentido a moção que mandei para a Mesa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

Foi admitida a moção apresentada pelo Sr. Vasco Borges.

O Sr. Barros Queiroz: — Sr. Presidente: está já largamente discutido o assunto da interpelação do Sr. Vitorino Guimarães.

Eu já tive ocasião de dizer à Câmara o que reputava essencial dizer, e não tornaria a falar se um dever de cortesia mo não obrigasse a agradecer ao Sr. Presidente do Ministério a gentileza que teve respondendo-me imediatamente, e se as palavras de S. Exa. não me forçassem a acrescentar mais alguma cousa ao que já havia dito.

Sr. Presidente: fiz ao Govêrno a que preside o Sr. Álvaro de Castro as acusações merecidas pelos erros praticados na pasta das Finanças, e das minhas palavras, que só tinham o grande desejo de que fossem corrigidos erros cometidos, resultou que o Sr. Presidente do Ministério se irritou por tal forma que se esqueceu de responder a parto dos meus argumentos, e veio fazer-me acusações descabidas e que nada tinham com esta discussão.

Assim, o Sr. Presidente do Ministério disse que quando eu tinha ocupado a pasta das Finanças não tinha pôsto em prática aquelas medidas que aconselhava aos
outros.

Foi profundamente injusto o Sr. Presidente e Ministério, pois sabe S. Exa. muito bem, que eu trouxe ao Parlamento as medidas para resolver o problema, mas que não consegui a sua aprovação.

O Sr. Presidente do Ministério nesse dia estava muito injusto.

Disse mais que eu tinha desprezado e separado os homens republicanos.

A isso oponho o mais formal desmentido, pois tenho feito sempre o contrário.

Sempre e em todas as circunstâncias, eu tenho empregado os maiores sacrifícios nesse sentido.

O Sr. Álvaro de Castro, continuando nas suas injustiças, disse que eu até tinha praticado violências num acto eleitoral.