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18 Diário da Câmara dos Deputados.

do que lançar poeira aos olhos dos outros, falando-nos numa proposta dum crédito, se bem que não tenha vontade Alguma de abrir êsse crédito.

Nesta altura trocam-se apartes entre o orador, o Sr. Ministro da Guerra e o Sr. António Maia.

O Orador: — Parece-me Sr. Presidente que não. encontro mais acusações feitas pelo Sr. Ministro da Guerra à Aeronáutica Militar, julgando, portanto, ter respondido cabalmente a S. Exa. invertendo-se neste caso os papéis, defendendo eu um serviço que S. Exa. devia ser o primeiro a defender como Ministro da Guerra.

Creio, repito ter respondido cabalmente a S. Exa., isto é, ter demonstrado claramente que S. Exa. não respondeu às preguntas que lhe fiz, não me dizendo quais foram os meios, ou as medidas que tomou de carácter disciplinar para regularizar essa situação.

Mas esqueceu-me ainda tocar num ponto: é o do raid Lisboa-Macau. Lembra-se o Sr. Ministro da Guerra, por acaso, das considerações feitas por mim nesta Câmara quando S. Exa. aqui trouxe a proposta de lei que promovia os oficiais aviadores? Disse então a S. Exa. que só tinha dois caminhos a tomar: ou proibir o raid, se com êle não concordava, ou então desinteressar-se dele, se com êle concordava.

Apoiados.

Nunca podia S. Exa. consentir que dois oficiais aviadores que partem para uma empresa daquela natureza fossem considerados como dois particulares que vão numa empresa particular; por isso devia dar-lhes todo o apoio para desempenharem cabalmente a sua missão.

Apoiados.

Vem, porém, S. Exa. dizer-me que eu, como aviador, devia vir aqui pedir o crédito necessário.

Mas que confusão faz S. Exa. entre as minhas funções de Deputado e as de aviador? Não consinto que S. Exa. confunda essas minhas funções.

E por agora nada mais.

O orador não reviu.

O Sr. Vergílio Costa (para interrogar a Mesa). — Sr. Presidente: há três ou quatro dias levantei nesta, casa do Parla-,

mento um negócio urgente, em que acusei o Sr. Ministro do Comércio, com provas, de ter lançado despachos prejudiciais aos interêsses do Estado em certos processos, quando S. Exa. não tinha competência para o fazer.

Iniciou o Sr. Ministro do Comercio as suas considerações, mas teve de suspendê-las por finalizar a sessão, ficando com a palavra reservada. Como até hoje S. Exa. não reatou essas considerações, pregunto a V. Exa. quando elas continuam.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — O assunto deve discutir-se na ordem do dia da próxima sessão.

O Sr. Pinto Barriga (para interrogar a Mesa): — Sr. Presidente: pedi a palavra, para preguntar a V. Exa. o que há sobre-a renúncia do Sr. Fausto de Figueiredo.

O Sr. Presidente: — Nada me consta.

O Orador: — Mas a comissão encarregada de tratar disso já reuniu?

O Sr. Presidente: — Não tenho conhecimento de que já tivesse reunido.

O Orador: — Muito obrigado a V. Exa.

O Sr. Presidente: - Chamo a atenção da Câmara. O Sr. António Maia deseja usar da palavra para explicações sôbre a questão levantada pelo Sr. Lelo Portela, Os Srs. Deputados que autorizam queiram levantar-se.

Foi autorizado.

O Sr. João Luís Ricardo (por parte da comissão de previdência social): — Sr. Presidente: envio para a Mesa o parecer desta comissão sôbre as conclusões do Congresso das Misericórdias, e, como o assunto é urgente, peço a V. Exa. que consulte a Câmara sôbre se concede para o mesmo parecer a urgência. Ao mesmo tempo requeiro que entre em discussão, antes da ordem do dia o projecto de lei relativo ao mesmo assunto que já está há tempo na Mesa.

Consultada a Câmara, é aprovada a urgência e o requerimento.