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Sessão de 26 de Maio de 1924 21

O Orador: — Está bem. E mais uma prova de carinho que tributa à aviação. É assim que prova o grande amor que tem pela aviação.

O Sr. Almeida Ribeiro (interrompendo): — Prova o seu amor ao país.

O Orador: — Tem tanto amor ao país, que o deixa na mais critica situação no que toca à defesa nacional.

Sr. Presidente: já que falo nisto eu quero dizer que em todos os países com a moeda tam desvalorizada como a nossa, e que precisam equilibrar o Orçamento, se vê constantemente aumentar os serviços de aviação.

Àpartes.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo) (interrompendo): — É por isso que no Orçamento do ano que vem eu apresento alguns aumentos de verbas para a aviação, satisfazendo alguns pedidos, o que mostra que não tenho má vontade contra a aviação.

Àpartes.

O Orador: — Se V. Exa. vir o que gastam os outros países com a sua aviação, verá que essas quantias não chegam para nada.

S. Exa. entende que gasta muito com a aviação, o pelo seu critério pode somar tudo que se tem gasto com a aviação e dizer que se gasta então muito.

S. Exa. diz que se gasta muito, mas não cita os reformados.

Um aviador efectivo ganha menos que um reformado.

Só acha que se gasta muito, o melhor é propor a extinção dos serviços de aviação.

Certamente que o melhor sistema para quem está doente, no entender de S. Exa. será cortar a cabeça, e fica o mal sanado.

Não desejo alargar as minhas considerações, mas não posso deixar de chamar a atenção do S. Exa. para um determinado facto, deixando o muito que tinha a dizer.

Quero referir-me ao caso sucedido numa esquadrilha, a que se refere uma sindicância feita já, estando o implicado oficial para responder a conselho de guerra e estando preso.

O caso já tem sido aqui referido.

Àpartes.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo): - V. Exa. quere ouvir outro caso pior em confronto com êsse?

Foi levantado um auto aos oficiais incriminados na questão, estando presos por ignorância das disposições legais, segundo a nota do parecer do técnico que foi fazer a inspecção à unidade a que aludo.

Houve crime?

Julgo que fossem incapazes de qualquer crime.

Houve a não observância dos preceitos regulamentares.

É êste o parecer dos técnicos.

O Orador: — Não é bem assim. V. Exa. não leu todo o relatório.

O Sr. Presidente: — É a hora de dar a palavra aos oradores que a pediram para antes de encerrar a sessão.

O Orador: — Tenho muita cousa a dizer, tanto mais que fui visado pelo Sr. Ministro da Guerra.

Tenho que provar que S. Exa. não cumpre as leis.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo): — Acho bem...

O Sr. Presidente: — V. Exa. pede amanhã a palavra para explicações, sôbre o assunto em discussão.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo): — Amanhã tenho um serviço a que não posso faltar, o que torna improvável a minha comparência na Câmara.

O Orador: — Qualquer dos Srs. Ministros saberá responder às minhas considerações.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal: — Requeiro a V. Exa. que consulte a Câmara sôbre se consente seja prorrogada a sessão até se liquidar êste incidente.

Assim pode assistir o Sr. Ministro da Guerra.