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30 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Alberto Jordão (interrompendo): — Como se poderá deminuir o preço dos trabalhos das ceifas?

Se V. Exa. o dissesse, o meu distrito e todo o país ficariam muito agradecidos pelo seu conselho,

Àpartes.

Vozes: — Não pode dizer, porque não sabe.

Àpartes.

O Orador: — O meu conselho é fácil.

Como se explica que não haja notas?

O que não há é um nível de preços.

Portanto há duas soluções: ou baixar o nível de preços, ou aumentar a circulação fiduciária.

Àpartes.

O Sr. Presidente: — V. Exa. quere ficar com a palavra reservada?

O Orador: — Ficarei com a palavra reservada.

O orador não reviu.

O Sr. Vitorino Godinho: — Pedi a palavra para antes de se encerrar a sessão, na presença do Sr. Ministro do Interior, mas vejo que S. Exa. não está presente, o por isso peço ao Sr. Presidente do Ministério a gentileza de ouvir as minhas considerações e de as transmitir ao Sr. Ministro do Interior.

Sr. Presidente: não é meu costume tratar nesta Câmara assuntos que vulgarmente são conhecidos como casos de regedoria e se hoje uso da palavra para me referir a um facto de política e administração local, é porque o caso revestiu efectivamente um carácter do acuidade pelo que me parece de toda a conveniência chamar a atenção do Sr. Ministro do Interior, a fim de S. Exa. arrepiar um pouco no caminho que vai trilhando.

Apoiados.

Trata-se da situação em que se encontra o distrito de Leiria, que tem à sua frente uma pessoa que se me afigura não ter a idoneidade bastante, dadas as provas exuberantes que já tem dado, para, continuar a exercer aquele alto cargo.

Apoiados.

Basta dizer à Câmara que o actual governador civil, antigo filiado do Partido

Nacionalista, ao qual não sei se ainda hoje pertence, que não tem importância de maior, nomeara para certos concelhos administradores um pouco ad odium, com o deliberado propósito de agravar o Partido Democrático, vendo-se o próprio Sr. Ministro do Interior obrigado a substituir sucessivamente três administradores no mesmo concelho, num prazo relativamente curto.

Ultimamente foi nomeado para um concelho limitrofe de Leiria um outro delegado do Govêrno que devia, segundo a opinião corrente na localidade, estar não naquele lugar mas na cadeia.

A maior parte dos delegados do Govêrno no distrito de Lei fia não merecem à República confiança alguma, e parece-me dever do Govêrno e especialmente do Sr. Ministro do Interior, nestes casos, olhar pelos interêsses da República (Apoiados) sem que nós tenhamos de estar a chamar a atenção de S. Exa. para êstes factos.

Não é admissível nomear administradores a quem falte o necessário prestígio e que sejam desafectos ao regime.

Ora o Sr. Ministro do Interior, a q nem todos nós fazemos a justiça quanto ao seu republicanismo, é um verdadeiro homem de bem; mas vê-se que não sabe, não podo, ou não quere resolver, dando-lhes o verdadeiro destino, certas propostas apresentadas capciosamente pelo governador civil de Leiria.

Mas, além dêstes casos, outro facto surge que reputo ainda mais grave, trata-se de relações entre o governo civil e o secretário geral, que não é meu correligionário; mas é um homem estimado em Leiria, conhecido pela sua rectidão de carácter, funcionário distinto, que de todos merece consideração, menos do governador civil.

Governadores civis de todos os partidos têm conhecido Leiria. Só o actual é que encontrou no secretário geral motivos para lhe manifestar o seu desgosto.

O mal devo residir, pois, no governador civil e não no secretário geral; por isso estou certo que o Sr. Ministro do Interior verificará que é inconveniente a continuação do actual governador civil, a quem falta o necessário prestígio para continuar à frente, do distrito.

Consta que o secretário geral foi sus-