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Sessão de 28 de Maio de 1924 31

penso, por ofício, das suas funções o que vai ser feito um inquérito sôbre o caso.

Parece-me que o regulamento dos funcionários públicos, que o Sr. Ministro do Interior tem o dever de não ignorar, não autoriza um procedimento desta natureza.

Fizesse primeiro o inquérito o depois castigasse o funcionário, se entendia que êle merecia castigo.

Disse me o Sr. Ministro do Interior que tinha documentos que provavam a incorrecção do secretário geral para com o governador civil. A incorrecção inicial partiu do Sr. governador civil, cujos propósitos e intenções já são de sobejo conhecidos no distrito, onde perdeu todo o prestígio e consideração de que deve revestir-se a primeira autoridade.

Chamo a atenção do Sr. Presidente do Ministério para êste assunto, Lastimando não estar presente o Sr. Ministro do Interior, porque então ainda seria mais rigoroso, pois não posso compreender que sendo êste Govêrno apoiado pelo meu partido, que é o mais forte dos que apoiam o Govêrno, sistematicamente o Sr. Ministro do Interior procure agravá-lo.

Não lhe peço que faça política partidária, mas desejo somente que faça política republicana.

Há quem diga e com razão que os turcos foram agora mais felizes do que nós, porque conseguiram que o seu Ministro do Interior se demitisse.

Tenho dito.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — O Sr. Ministro do Interior não está presente, porque qualquer assunto urgente o obrigou a sair do Parlamento; mas eu vou transmitir-lhe as considerações de V. Exa.

O Sr. Vitorino Guimarães (interrompendo): — Estou convencido de que V. Exa. lhe transmitirá as minhas considerações, mas também sei que S. Exa. não fará caso.

O Orador: - Não posso acreditar em tal, nem que V. Exa. disso esteja convencido.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: segundo se diz os carpinteiros não têm mãos a medir a fazer os caixotes que hão-de conduzir a prata que está na Casa da Moeda e no Banco de Portugal. Parece que houve uma encomenda de nove mil caixotes para êsse fim. Desejava que o Govêrno me informasse se êste facto é verdadeiro.

É preciso que o País saiba o caminho que levou a prata.

São cêrca de 190:000 contos e nós precisamos de saber o que se vai fazer dêste dinheiro.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Em resposta as considerações feitas pelo Sr. Cancela de Abreu devo dizer que a prata não cauciona crédito algum.

Trata-se simplesmente de transformar a prata em ouro.

Nesta altura não há operações de crédito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — A próxima sessão é amanhã com a seguinte ordem do dia:

Antes da ordem do dia:

Parecer n.° 598 que altera a lei n.° 1:368, de 21 de Outubro de 1922 e a que estava marcada.

Ordem do dia:

Interpelação do Sr. Sousa da Câmara ao Sr. Ministro da Agricultura, e a que estava marcada.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 30 minutos.

Documentos mandados para a Mesa durante a sessão

Projectos do lei

Dos Srs. João Águas. Sousa Coutinho, Pires Cansado, Velhinho Correia e Marques Loureiro, autorizando a Câmara Municipal de Albufeira a cobrar designados impostos com determinada aplicação.

Para o «Diário do Govêrno».

Do Sr. Júlio Gonçalves, alterando a tabela dos emolumentos pessoais, cobra-