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22 Diário da Câmara dos Deputados

que era de desejar, e que não tendo intuitos de exacerbar a questão, nem tendo o intuito de meter numa questão tam pequena, nada de política, vejo que as cousas estão no mesmo pé, como se essa moção não tivesse sido votada.

O desejo de todos, o desejo da maioria, ficou expresso nessa moção, e o desejo do país é exactamente uma pronta e rápida solução da greve.

Depois disso verificou-se que alguns funcionários já têm outra situação e alguns abandonaram, o serviço de forma a complicar-se a questão e não haver meio de a solucionar.

Sem querer de forma alguma intrometer-me no assunto, que deve ser resolvido por quem de direito, direi que aquelas classes têm os seus servidores, do quadro orgânico, e dentro dêsse quadro há pessoas de absoluta honestidade a quem se podia confiar abertamente. Tem um passado correcto, republicano. Tem sempre estado ao lado dos poderes constituídos, tendo, portanto confiança em que sendo aproveitados poderia remediar-se

Isto não é para desprezar, porque duma forma rápida e completa poderia ficar solucionado.

Não ignora V. Exa. que há pessoas prejudicadas, independentemente da situação que ocupam. B preciso manter entre esta ou aquela classe o respeito à justiça.

O resto é apenas uma questão que se não deve protelar. E o País é que está sofrendo as conseqüências.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo): — Sr. Presidente: eu julgava que o Govêrno, desde a primeira hora do conflito, se não tinha preocupado senão com o facto de acudir, na medida do possível, às necessidades da ligação entre os diferentes pontos do País e o estrangeiro.

Estava convencido de que o Govêrno nesta hora não tem impedido ninguém, a não ser aqueles sôbre quem impedem processos por virtude de actos de sabotagem, de se apresentar ao serviço.

Portanto, estava convencido de que o Govêrno não tem de ir solicitar aos que se concertaram para abandonar o serviço ou aconselharam os seus subordinados a

abandonarem os serviços, que e compareçam nas suas repartições.

Apoiados.

Parece-me que estamos a ver esta questão inteiramente ao invés.

Fazer com que o Govêrno transija com os funcionários que não querem apresentar-se ao serviço, levando-os às repartições?!

Parece-me que o Govêrno não podia fazer outra cousa senão organizar os serviços. E organizou-os, porque ainda hoje vi uma nota interessante de Arraiolos que dizia ser excelente aí o serviço telégrafo-postal, e nunca em Arraiolos os serviços tinham estado assim organizados.

Interrupção do Sr. Sá Pereira que se não percebeu.

O Orador: — Não quero dizer com isso que os serviços estejam melhores do que estavam, se os funcionários dos correios estivessem ao serviço; no emtanto o que posso garantir à Câmara é que êle tem sido feito tanto quanto possível de harmonia com as necessidades do País, pois a verdade é que o serviço de ligações tem sido feito com relativa facilidade.

Se bem que o Govêrno não esteja disposto a transigir, tem, no emtanto, o máximo empenho em que a questão se resolva e quanto antes, para o que necessário se torna que todos os funcionários se apresentem ao serviço, sem o que não vejo meio de resolver o assunto.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Pereira): — Sr. Presidente: pedi a palavra para fazer umas rápidas considerações.

Sr. Presidente: não me foi possível assistir não só à sessão de antes de ontem, como à fie ontem.

Tive, porém, conhecimento das considerações aqui feitas pelo ilustre Deputado Sr. Rodrigues Gaspar.

Sr. Presidente: como pelas considerações aqui feitas pelo Sr. Rodrigues Gaspar, relativamente à nomeação do Sr. Norton de Matos para o cargo de Embaixador do Portugal em Londres, possa ter ficado a impressão desagradável de que S. Exa. fora mal escolhido, e devo dizer à Câmara que os reparos apresentados