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Sessão dr 24 de Junho de 1924 17

O Sr. Carvalho da Silva: — Mas há na Mesa um negócio urgente votado ontem!

O Sr. Presidente: — Ontem houve uma dispensa dê Regimento o hoje dá-se o mesmo caso!

O Orador: — É assim, a obra do Parlamento.

Ainda ontem votou a urgência para um assunto que não foi liquidado, e já hoje se traz outro assunto à discussão.

O Sr. Sá Pereira: — Peço a palavra sôbre o modo de votar!

O Orador: — Ainda bem que V. Exa. vai dar razão às minhas palavras.

Jamais me calarei perante homens, em que uns são cúmplices e outros autores desta tragédia.

Sr. Presidente: a obra do Govêrno é uma obra de palpite, é um perfeito jôgo de lotaria, e se a sua obra não fôsse perigosa para o País, era caso para desapertarmos o casaco e o colete para rirmos a bom rir.

Se eu não tivesse perfeito conhecimento do meu País, se não soubesse que á Nação é constituída por aqueles que lá fora trabalham dia a dia, eu diria que a minha Pátria estava a acabar.

Sr. Presidente: eu não quero que me acusem de fazer obstrucionismo, mas, como há pouco disse, se tivesse o poder de Deus, que o Sr. Ministro da Justiça quere matar, eu acabaria ràpidamente com êste espectáculo que não honra nem dignifica ninguém.

Sr. Presidente: estranho que o Sr. Presidente do Ministério tenha assistido com indiferença ao protelar da discussão dos orçamentos, e que venha agora, com a corda na garganta, pretender arrancai- da Câmara uma deliberação que não é mais do que um escarro lançado sôbre à Constituição é sôbre ò prestígio de todos nós.

O Sr. Presidente: — Informo V. Exa. que deu a hora de se passar à ordem do dia.

O Orador: — Dou por terminadas as minhas considerações.

O orador não reviu.

O Sr. Lopes Cardoso (para invocar o Regimento): — Desisto da palavra, visto que V. Exa. já anunciou que se ia passar à ordem do dia.

O Sr. Velhinho Correia (para invocar o Regimento: — Sr. Presidente: pedi a palavra para lamentar mais uma vez...

Vozes: — Isso não é invocar o Regimento!

Então V. Exa. estava há pouco a condenar o procedimento do Sr. Francisco Cruz, e agora está a fazer o mesmo?

O Orador: — Pedi a palavra para manifestar o meu desgosto por ver a maneira como se usa da palavra sôbre o modo de votar, fazendo longos discursos.

Foram aprovadas as actas.

ORDEM DO DIA

O Sr. Presidente: — Vai passar-se à ordem do dia e fazer a contraprova em votação nominal do projecto de lei de amnistia aos aviadores presos em S. Julião Barra.

Projecto de lei

Artigo único. É concedida amnistia às infracções praticadas pelos oficiais aviadores que no Campo de Esquadrilhas República, em Junho de 1024, se manifestaram e mantiveram, colectivamente contra resoluções superiores.

Sala das Sessões, 23 de Junho de 1924. — Jaime de Sousa.

Feita a votação nominal disseram «aprovo» 31 Srs. Deputados e trejeito» 30.

Disseram «aprovo» os Srs.:

Abílio Correia da Silva Marçal.

Adolfo Augusto de Oliveira Coutinho.

Adriano António Crispiniano da Fonseca.

Albano Augusto de Portugal Durão.

Alberto Ferreira Vidal.

Alfredo Ernesto de Sá Cardoso.

Alfredo Rodrigues Gaspar.

António Abranches Ferrão.

António Albino Marques de Azevedo.

António Dias.

António Lino Neto.