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Sessão de 30 de Junho de 1924 9

que não estou enfeudado a nenhum Banco ou companhia e tenho tam somente a minha carta de formatura, advogando para manter a minha vida em Lisboa, só me resta um caminho a seguir: emquanto o Sr. Cancela de Abreu não retirar a expressão que empregou, conservar-me hei afastado desta assemblea, manifestando a V. Exa., Sr. Presidente, aos membros da maioria, à minoria nacionalista, à minoria católica, aos independentes, aos membros da Acção Republicana, e aos Deputados monárquicos, que têm direito à nossa consideração, os protestos do meu respeito.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Pedro Pita: - Sr. Presidente: não crê a minoria nacionalista que o momento seja para grandes discursos, e por isso limita-se a declarar a V. Exa. que, respeitando o lugar que V. Exa. ocupa, confia inteiramente em que V. Exa. saberá resolver êste incidente, que se prende com a honra da Câmara.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: —Sr. Presidente: com a calma que é indispensável possuir-se num assunto desta natureza, devo dizer a V. Exa. que a ninguém assiste o direito de julgar que as palavras do Sr. Cancela de Abreu tiveram a intenção de ferir qualquer pessoa.

Todos os dias êste lado da Câmara intervém nas discussões parlamentares, e até hoj«, como daqui para o futuro, nunca ninguém pode nem poderá encontrar nas nossas palavras uma referência pessoal afrontosa.

Todavia, não nos pode ser coaretada a liberdade de denunciarmos, — como se tem feito de todos os lados da Câmara — as irregularidades de administração pública que se praticam, sem que possa atribuir-se a essa atitude o significado de que pretende afirmar-se que os Ministro metam as mãos nos cofres do Estado.

Solidarizamo-nos, portanto, com as palavras do meu querido amigo Sr. Cancela de Abreu, que não tiveram a intenção, repito-o, de ferir ninguém.

E êste incidente dá-me ensejo a que mais uma vez, dêste lado da Câmara, eu lembre a V. Exa. que é chegado o momento em que se torna absolutamente necessário fazer uma barreira contra a impunidade.

Explicadas as únicas intenções que tem sempre êste lado da Câmara, estou absolutamente certo de que ninguém poderá atribuir-nos, a nós todos, solidários uns com os outros, o intuito de discutir pessoas.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. António Maria da Silva: — Sr. Presidente: há pouco quando usei da palavra, fi-lo simplesmente em meu nome pessoal, chamado a terreiro por uma referência pessoal do Sr. Cancela de Abreu no decurso das suas explicações.

Êste lado da Câmara entregou a solução final do conflito nas mãos do V. Exa.

Não podemos aceitar as palavras do Sr. Cancela de Abreu como justificação do seu procedimento.

Se há pouco não disse isso, foi porque não vinha a propósito, e não fazia sentido que, tendo eu já dito que entregávamos a V. Exa. a resolução do conflito, lhe indicássemos a sua linha de conduta.

Apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Nuno Simões: — Sr. Presidente: apesar de me ter habituado já ao modo desabrido e atrabiliário com os inimigos das instituições republicanas, menos no Parlamento do que nos seus jornais, estão efectivamente dirigindo os seus violentíssimos ataques à República, apesar disso, foi com grande surpresa que ouvi ao Sr. Cancela de Abreu a frase verdadeiramente inaceitável e insólita que aquele Sr. Deputado acaba de proferir.

Essa frase dita em qualquer outra ocasião, numa exaltação de momento, depois dum debate acalorado sôbre qualquer motivo da administração pública, poderia ter porventura uma explicação; dita agora e com a maior serenidade, e repetida como S. Exa. entendeu que a devia repetir, insistindo nela em termos de a sua explicação não ser senão uma confirmação do que tinha dito, toma já o aspecto, porém, não duma injúria ao Parlamento,