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10 Diário da Câmara dos Deputados

que deu em resultado, como em Timor, os funcionários vencerem mais que o dôbro do que era razoável, e do que venciam antes da guerra.

Porquê?

Nós damos subsídios e não pensamos em mais nada.

Eu já há quatro anos ouvi esta história de se vir pedir um subsídio como medida transitória; agora vem pedir-se novamente um subsídio, como medida transitória, para repatriar soldados.

Daqui a 1, 3, 5 ou 10 anos hei-de ouvir a mesma cousa, há-de novamente vir pedir-se ao Parlamento a aprovação 40 novos subsídios como medidas passageiras.

O que é preciso também é administrar por forma que as receitas cheguem para as despesas.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos de Vasconcelos: — O Sr. Carvalho da Silva verberou de tal forma a administração republicana nas colónias que eu não posso deixar de lembra? o
que foi a administração monárquica.

Não havia então à autonomia financeira das colónias. Era a metrópole, e ainda uma ou outra colónia que supriam os deficits das outras.

Se fôssemos a fazer a soma das verbas que a metrópole fornecia às colónias veríamos que desde que se estabeleceu essa autonomia a metrópole ficou muito mais aliviada de encargos.

Eu alguma cousa queria dizer sôbre autonomia financeira das colónias, mas o ilustre Deputado Sr. Ferreira da Rocha acaba de expender com muito brilho as ideas que mais ou menos eu tenho, e, portanto, abstenho-me de fazer referências, declarando apenas que apoio as palavras de S. Exa.

Parece-me também que estamos a fazer muito barulho para pouca cousa.

O Sr. Ministro das Colónias, a quem presto as minhas homenagens, vem pedir à Câmara 1:500, contos para ocorrer a despesas inadiáveis, como são as que se têm de fazer com o transporte às tropas, de Timor para Moçambique:

Em face dêste pedido a S. Exa. já foram ditas as palavras, necessárias.

Agora resta-me só dizer aos que fazem a campanha contra a autonomia financeira das colónias que é no Ministério das Colónias que está o grande mal.

E que nós criámos êsse regime dá autonomia, mas não adaptámos aquele Ministério à acção fiscalizadora dessa autonomia..

Criámos os auditores, mas, arrastados por constante desejo de bons portugueses de estabelecer novos organismos burocráticos, pusemos do lado dêsses auditores repartições inúteis.

Em França criaram-se os inspectores coloniais, que, pela característica dêsse cargo, estão independentes da acção dos governadores.

O que temos a fazer é trabalhar, pelo desenvolvimento das colónias, aproveitando todos os seus recursos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Colónias (Bulhão Pato): — Sr. Presidente: não, só pelo muito respeito que tenho pelos oradores que acabam de falar, mas para estabelecer princípios, pedi a palavra.

A hora vai adiantada e eu não, quero tomar muito tempo à Câmara, mas não posso deixar de dizer que sou pelo sistema de autonomia das colónias,

Com êsse sistema pode haver um mau Govêrno, mas sem autonomia todos os Govêrnos são maus.

Todos os países do mundo têm dado autonomia às suas colónias.

A Espanha, que não deu essa autonomia, às suas colónias, perde-as todas.

É êste o princípio que tenho sempre mantido. Sendo agora Ministro, não posso sustentar uma opinião contrária.

O regime de fiscalização considero-o necessário para verificar se a acção dos governadores e dos Altos Comissários se confina dentro dos termos legais.

O Sr. Ferreira da Rocha (interrompendo): — 50 por cento dos diplomas promulgados nas colónias estão fora da lei.

Àpartes.

O Orador: — Eu hei-de fazer o que puder, e S. Exa. verá, se eu continuar neste lugar, que os meus actos estão em harmonia com as minhas palavras.

Quanto ao caso de Timor, é tam pe-