O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 Diário da Câmara dos Deputados

Isto é interessante, e representa alguma cousa.

De resto, V. Exa. há-de conhecer a história dos tempos passados.

Há-de saber que um imposto tem a sua repercussão.

Tem de aplicar-se com cuidado a certas classes, e depois é que se estudam as outras classes.

É preciso traduzir os números, de maneira que todos os possamos calcular.

De modo que, chamando a atenção de V. Exa. s, é possível que realmente ainda seja pouco, quintuplicando êsses coeficientes.

V. Exa. não conhece que o dinheiro foge do bolso?

V. Exa. não conhece as dificuldades do momento presente?

Em política e em questões sociais fala-se sempre em sciência, e porque não se adoptam os métodos scientíficos?

Dizê-lo é fácil, mas não se pode ensinar se não se tiver a cultura precisa para êsse ensino.

O Sr. Velhinho Correia fazia um grande serviço, porque dada a situação especial em que se colocou, de ser uma autoridade em finanças no nosso País, poderia tomar todas as responsabilidades inerentes a tal situação, responsabilidades que bem podem cair sôbre os seus ombros fortes.

Quem tem uma tal situação como S. Exa., tem que tomar as responsabilidades dessa situação.

Pelo que diz respeito à agricultura, S. Exa. estabelece números sem fundamento, mas se visitasse essas regiões e ouvisse os que trabalham, então obteria números concretos e não como aqueles que apresenta.

A máquina de trabalho intelectual de S. Exa., que é poderosa, não tem a realidade de números certos.

Admitamos que o trabalhador rural está muito bem, como S. Exa. diz, mas na ocasião de aplicar um tributo a situação pode ser outra.

Àpartes.

Eu não sou financeiro, e não o é quem quer; não possuo os altos conhecimentos necessários, e reconheço as minhas qualidades, mas posso dizer que este aumento, feito assim de um momento para outro, não está certo, e S. Exa., que é republicano sincero, que ama a República, tem de reconhecer que não é conveniente.

Ninguém na ocasião de pagar deixa de pensar.

Veja S. Exa. que muita gente dá fàcilmente a vida pela sua Pátria, mas quando chega a ocasião de se lhe pedir contribuições, fica logo mal humorada.

Veja S. Exa. o que sucede a em França. Todos defenderam a Pátria, mas sôbre impostos reclamaram.

Àpartes.

S. Exa. quere, de um momento para outro, alcançar tudo em matéria de impostos, e isso faz levantar uma onda contra o regime.

E entende assim o Sr. Velhinho Correia, quando S. Exa. certamente tem tanto interêsse pela República como eu tenho!

Repare S. Exa. que o ano agrícola não foi nada bom.

O trigo, o milho, os legumes não são prometedores, assim como o azeite, e o vinho o não são também.

Àpartes.

Os lavradores precisam dinheiro, os Bancos não o dão e a usura empresta a 20 e a 30 por cento.

Veja V. Exa. a situação do lavrador.

Àpartes.

E é nestas condições que se pretende agravar os impostos!

Veja S. Exa. o que se passou em França, onde estava à frente do Govêrno, que era um Govêrno de salvação nacional, um homem que indubitavelmente estava acima do Sr. Velhinho Correia.

Em França êsse Govêrno não pode fazer a política das suas ideas, mas só fez o que convinha no tempo.

Não ponho mais clara a questão, e só chamo para ela a atenção de S. Exa.

A bon entendeur...

Sr. Presidente: não quero alongar as minhas considerações, mas quero ainda referir-me às taxas de contribuição industrial.

Atentemos no que se preceitua no artigo 2.°

O Sr. Velhinho Correia sabe melhor do que eu que naquele ano o sistema de cobrança era outro, havendo uma taxa fixa.

O que se estabelece é uma injustiça; além disso não é clara a disposição, e o