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24 Diário da Câmara dos Deputados

É triste que deixemos de dar o devido realce, de mostrar ao povo o significado dêste grande passado que narra a história de Portugal.

Neste feito de Aljubarrota não só temos de prestar homenagem ao valor, às grandes virtudes dos homens de Portugal, mas, também, constatar de quanto é capaz a alma da mulher portuguesa, não a podendo esquecer desde a figura de Brites de Almeida até essa mulher que, não sendo portuguesa, mas estando ligada ao rei de Portugal, vai dar êsse exemplo-magnífico de patriotismo, armando seus filhos cavaleiros, dizendo-lhes que é necessário não voltar sem que a terra portuguesa esteja livre dos seus invasores.

Comemorando feitos como o da batalha de Aljubarrota, nós temos, sem dúvida, prestado um relevante serviço aos nossos antepassados e, ao mesmo tempo, às gerações novas, de onde sairão os homens de amanhã, mostrando-lhes que não há povos pequenos quando o seu patriotismo é grande.

Aljubarrota constitui uma das páginas mais brilhantes da nossa história.

Sem a vitória de Aljubarrota não teríamos hoje, talvez, a gloria de gritar ao mundo que somos um povo livre, e o orgulho de poder afirmar que demos ao mundo novos mundos.

E continuamos nessa rota gloriosa.

Assim, Gago Coutinho e Sacadura Cabral foram levar pelos ares ao Brasil as mesmas ondas de patriotismo que pulsava nos corações dos marinheiros das caravelas, tendo, também, a Aviação Militar escrito uma das suas páginas mais gloriosas com a viagem, por todos os títulos bela e magnífica, realizada pelos arrojados portugueses que são Brito Pais e Sarmento de Beires.

Sr. Presidente: não podemos também esquecer neste momento os factos praticados ainda por Portugal, a passagem do Rovuma, a maneira como as tropas se portaram na Flandres, êsse acto heróico do comandante do Augusto de Castilho, Carvalho Araújo, êsse acto maravilhoso por todos os títulos, praticado por êsse antigo parlamentar da República Portuguesa.

Sr. Presidente: V. Exa., e muito bem, quis hoje comemorar nesta Câmara uma data que nunca devemos esquecer, que esquecê-la seria esquecer as virtudes e feitos do povo português, que ainda hoje vive, e muito, dessa fama, sendo mesmo ainda, na hora presente, à sombra dessas ideas, que nós em democracia vivemos em República, que soubemos implantar e sabemos defender.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Rodrigues Gaspar): — Associo-me em nome do Govêrno à manifestação da Câmara e ao voto proposto por V. Exa., para comemoração da data que hoje se comemora.

É, de facto, uma das páginas mais brilhantes da nossa história, que convém lembrar para termos bem presente quanto é necessário que vejamos nos actos dos nossos antepassados a heroicidade do seu patriotismo; para que tenhamos sempre na mente a necessidade de todos nos unirmos para defendermos os nossos interêsses e nossos objectivos.

O Govêrno, pois, associa-sé às manifestações aqui prestadas pelos diversos lados da Câmara.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Em vista da manifestação da Câmara, considero aprovado por aclamação o voto proposto.

Continua em discussão o parecer n.° 717.

Continua no uso da palavra o Sr. Morais de Carvalho.

O Sr. Morais de Carvalho: — Sr. Presidente: reatando as considerações que ficaram interrompidas na sessão diurna, quero mais uma vez acentuar, em nome dêste lado da Câmara, que entendemos que as novas contribuições e impostos, que pelo artigo 1.° em discussão se pretendem arrancar ao contribuinte, hão-de provocar a revolta legítima do mesmo contribuinte.

Será esta a conseqüência mais natural da aprovação que possa vir a ser feita por esta casa do Parlamento das enormidades fiscais que se contêm na proposta e aditamento em discussão.

É uma tributação sem conta, pêso e medida, que há-de provocar, repito, da parte do contribuinte, uma revolta, uma revolta legítima.