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88 Diário da Câmara dos Deputados

que o aumento das contribuições de maneira nenhuma determina o aumento de receitas do Estado.

O Sr. António Maria da Silva que é Director Geral dos Correios e Telégrafos poderia bem elucidar-nos sôbre se é ou não certo que o aumento das taxas telegráficas tornou menor o rendimento dos telégrafos.

S. Exa. que fale com sinceridade e a Câmara que pondere.

O que nós não queremos é arcar com qualquer soma de responsabilidades pela forma como Parlamento está a funcionar em assunto de tanta magnitude.

Entendo que o Parlamento não deve de maneira nenhuma deixar de obrigar os Governos a fazer uma forte redução nas despesas públicas.

Se não estivesse tam fatigado, demonstraria quais as despesas que poderiam ser reduzidas.

Infelizmente, porém, somos nós, minoria monárquica, a única oposição nesta Câmara.

Não apoiados.

Nós não estamos aqui a combater somente propostas do Govêrno, mas também do Partido Nacionalista, como a do agravamento de contribuição predial rústica, da iniciativa dos Deputados nacionalistas.

Creio ter demonstrado que não temos nem queremos ter nenhuma responsabilidade neste assunto.

E nestas condições dou por terminadas as minhas considerações.

O País, porém, saberá ver. E pena é que não possa assistir a todas as sessões desta Câmara para presenciar êstes trabalhos parlamentares e ver como aqui se dispõe das fortunas particulares.

O orador não reviu.

O Sr. Ginestal Machado: — Não imaginem os meus colegas nesta Câmara que lhes vou levar muito tempo.

Preciso, no emtanto, fazer ligeiras considerações, e responder ao Sr. Carvalho da Silva, por quem tenho pessoalmente muita consideração, que lhe é devida.

Mas S. Exa. por vezes fez afirmações menos justas.

Apoiados.

S. Exa. afirmou que a minoria monárquica era o única oposição desta Câmara.

Todos sabem que isto não é verdade; e pesa-me até ter de dizer isto, tratando-se do Sr. Carvalho da Silva com quem tenho aS melhores relações pessoais, que desejo manter, embora, em política, nos encontremos em campo diametralmente oposto.

O Sr. Carvalho da Silva: — Também tenho por V. Exa. a maior consideração e estima pessoal; mas desejava apenas deixar bem frisado que se na nossa mão estivesse impedir a votação, saindo da sala, para que estas cousas não fossem votadas, o teríamos feito.

Queria referir-me ao facto de V. Exas. terem dado número para a votação.

O Sr. Ferreira da Rocha: — V. Exa. dá-me licença, Sr. Ginestal Machado?

Pedia a V. Exa. o favor de fazer ver ao Sr. Carvalho da Silva que nós não somos monárquicos; e quando fôr necessário sair da sala, quando o Parlamento queira fazer qualquer cousa que vá contra o Regimento, ou repugne à moral que temos obrigação de manter sempre, daremos o nosso voto discordante, e não teremos dúvida em o fazer.

O Orador: — Desculpe V. Exa., mas a esta hora da noite já a gente não tem a lucidez necessária.

O Sr. Carvalho da Silva entendia que devíamos proceder como a oposição monárquica.

Como muito bem disse o Sr. Ferreira da Rocha, nós somos fundamentalmente republicanos, apesar de termos pontos de vista muito opostos ao outro lado da Câmara.

Nós temos que facultar ao Estado republicano todos os meios de poder viver.

V. Exa., Sr. Carvalho da Silva, no seu critério, não tem essa obrigação, pois entende que deve dificultar a marcha ao regime, talvez na melhor das intenções. Não lho levo a mal.

Todavia, os nossos pontos de vista não se confundem, porque o nosso é que, dentro da República, é que o País pode desenvolver-se e realizar todas as suas aspirações, embora representemos a direita da República. Nestas circunstâncias, a nossa oposição não se pode confundir sob o ponto de vista político com a de V. Exa.