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10 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Ginestal Machado: — Sr. Presidente: pedi a palavra para declarar que o Partido Nacionalista dá inteiramente o seu voto para que o Sr. Plínio Silva possa tratar do assunto do seu negócio urgente, porque, tendo eu sido um dos Deputados que contribuíram para a aprovação da referida lei, continuo convencido que ela é justa e é necessária, devendo o Parlamento obrigar o Poder Executivo a cumpri-la, sendo necessário que se continuem as obras de caminhos dê ferro, para que não se perca o dinheiro já gasto.

Tenho dito.

O orador não reviu.

Posto à votação foi aprovado o requerimento para o negócio urgente do Sr. Plínio Silva.

O Sr. Presidente: — Vai votar-se a urgência do Sr. Carvalho da Silva, relativa à nova saída da prata,

Apartes.

O Sr. Carvalho da Silva (sobre o modo de votar): — Sr. Presidente: a Câmara sabe a impressão que causou no País a saída da prata, e anuncia-se que nova quantidade vai sair agora.

O Govêrno tem obrigação de dizer o uso que vai fazer dessa prata, sendo portanto necessário que o Parlamento se não encerre sem dar as devidas explicações.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Júlio Gonçalves (sobre o modo de votar): — Sr. Presidente: nesta lufa-lufa de votar negócios urgentes, perde-se o tempo que estava destinado a assuntos importantes para o País, e isto em seu prejuízo.

Nestes termos, declaro que não posso dar o meu voto ao negócio urgente do Sr. Carvalho da Silva.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Lelo Portela: — Requeiro que imediatamente se entre na discussão da questão dos tabacos.

Apoiados.

Protestos da minoria monárquica.

Apartes,

O Sr. Carvalho da Silva: — É um escândalo.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos de Vasconcelos: — O que V. Exa. não quere é que se trate da questão dos tabacos.

Apoiados.

O orador não reviu.

Cruzam-se àpartes.

O Sr. Carvalho da Silva: — Quero que se trate da questão dos tabacos, mas quero também que se saiba o destino da prata.

O orador não reviu.

Vozes: — V. Exa. não gosta que se levante a questão dos tabacos.

Sussurros.

Foi rejeitado o negócio urgente do Sr. Carvalho da Silva, e aprovado o do Sr. Lelo Portela.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Nuno Simões para, tratar do acordo com a Companhia dos Tabacos.

O Sr. Nuno Simões: — Sr. Presidente: sempre que se fala nas questões dos tabacos, exaltam-se os Deputados monárquicos.

Àpartes.

Vozes: — Essa questão lembra a moral da monarquia, Apoiados.

O Sr. Carvalho da Silva: — Eu direi qual era a moral da monarquia e qual é a moral da República.

Protestos.

O Orador: — Sr. Presidente: a irritação do Sr. Carvalho da Silva toma até aspecto de ameaça, que parece querer reduzir a pó a República.

A questão dos tabacos, e sempre que nela se fala, não pode deixar de irritar os monárquicos, porque foi uma das causas da queda da monarquia, e uma das questões que mais desprestigiaram os homens do antigo regime, e seria ocasião