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Sessão de 19 e 20 de Agosto de 1924 55

ta que pudesse, de facto, neste momento e lia altura em que estava a sessão legislativa, contribuir para reunir os elementos necessários para atacar o problema das estradas.

O Sr. Ginestal Machado; pelas responsabilidades que tem na política, pela alta posição que ocupa, não pode deixar neste assunto de manifestar o seu modo de pensar, não só corroborando e que tive ocasião de dizer, quanto a mim, mas também contribuindo para que realmente se consiga aprovar o projecto de lei que tive a botara de mandar para a Mesa.

Disse há pouco, quando o Sr. Pedro Pita estranhava que não tivesse sido procurado para estudar o projecto de lei que substituíra a proposta de lei em discussão para obter a aprovação da Câmara, que eu tinha procurado aqueles colegas que ao assunto têm especialmente dedicado a sua atenção e a êle têm ligada a sua responsabilidade. E, assim, permita a Câmara que eu exponha em duas palavras as démarches feitas.

Falaram os Srs. António Maria da Silva e Nuno Simões, que teve como Ministro do Comércio de perfilhar a proposta do Sr. António Fonseca.

Ora nenhum de nós, dos que mais interêsse tem em fazer passar essa proposta, deixará de estudar um projecto de lei com o alcance e objectivo que expus à Câmara, dizendo que neste ponto prestava um bom serviço à Nação.

O Sr. Ministro do Comércio concordou com as razões expostas.

O Sr. Ginestal Machado durante uma hora ouviu o meu ponto de vista, tendo consultado os apontamentos, tendo visto os estados comparativos sôbre a proposta, e tendo-me dito que não fazia questão dêste trabalho. O que S. Exa. desejava é, que se conseguisse o objectivo em mira.

Colaboro nos trabalhos da Câmara há cinco anos e tenho dado provas do meu esfôrço e da dedicação que tenho pelos assuntos directa e indirectamente ligados à minha profissão, sem nunca pretender ocupar qualquer lugar superior. Antes pelo contrário. Invoco o testemunho de correligionários e adversários, quando afirmo que nada mais tenho querido, nesta Câmara, de que ser um trabalhador, procurando que se faça alguma cousa.

Foi fácil chegar a um acordo para que o Parlamento não encerrasse os seus trabalhos, sem que alguma cousa pudesse fazer sôbre o assunto.

Apelo para a lealdade do Sr. Ginestal Machado, apelo para a sua amizade e para o seu despejo que é, pelo menos, tam grande como o meu, para que realmente se possa fazer alguma cousa neste assunto.

O orador não reviu.

O Sr. Ginestal Machado: — Era meu intuito pedir a palavra, visto que há pouco o ilustre Deputado e meu amigo o Sr. Plínio Silva invocou o meu nome, apelando para mim.

Agora S. Exa. usou de termos que me penhoram, e que só posso atribuir à sua, estima nunca desmentida e que muito me honra.

Vou contar à Câmara como as cousas se passaram.

Sr. Presidente; eu devo dizer que o projecto que se discute, apresentado pelo ilustre Deputado Sr. Plínio Silva, relativamente às estradas, me parece ser idêntico, com pouca diferença, à proposta apresentada a esta Câmara pelo Sr. António da Fonseca, com o qual, devo dizer, em abono da verdade, que não estou de acordo. Se esta fôsse discutida teria de apresentar um outro ponto de vista, isto é a minha opinião sôbre o assunto, a qual é que o cálculo para essas obras não deve ser feito em escudos, atenta a desvalorização da nossa moeda, assim como não estou de acordo com a aplicação de uma parte dessa verba, pois entendo que todo o dinheiro deve ser aplicado na reparação e na construção de estradas.

Eu devo dizer que estou de acordo, em parto, com o plano apresentado pelo ilustre Deputado Sr. Plínio Silva, pois, na verdade, entendo que é absolutamente necessário, dada a série do impostos que temos aqui votado, manifestarmos desta forma ao contribuinte o desejo que temos de lhe proporcionarmos boas estradas, facilitando-lhe os meios de comunicação, que tanto são necessários.

Estou, Sr. Presidente, de acordo com as considerações que têm sido feitas sôbre o assunto, tanto mais quanto é certo que sou daqueles que entendem que devemos mostrar no País que estamos todos