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Sessão de 19 e 20 de Agosto de 1924 59

buinte, já que dele se exigiam certos sacrifícios.

Sr. Presidente: nessa época fiz votos para que fossem ligadas urgentemente certas povoações que se encontravam perfeitamente isoladas, tendo até sido aprovado um artigo que dava determinadas facilidades ao Govêrno, artigo que foi sugerido pelo Presidente do Ministério de então, Sr. Duarte Leite, que amavelmente se me dirigiu para eu o apresentar, visto êle não o desejar fazer, por a lei ser toda da minha autoria,

Sr. Presidente: o Sr. Plínio Silva não quis deixar de ter para comigo a gentileza de se referir a essa lei. Nesta circunstância verifico que o intuito de todos nós é o mesmo, e que consiste em dotar as estradas com uma verba que chegue para que elas se completem.

Eu faço justiça ao Sr. Pedro Pita; o nosso intuito, como o de S. Exa., é que as verbas que se gastem não resultem em pura perda.

Nós temos necessidade de encarar esta questão com toda a clareza, desenvolver o automobilismo, etc., e, para que resulte uma obra profícua, temos de encarar todos êstes pontos em conjunto.

Sr. Presidente: é necessário que falemos claro, pois não podemos nem devemos estar a chamar conservação a uma cousa que não representa mais do que uma reconstrução.

Sr. Presidente: pelo carácter da pessoa a quem foi confiado o alto cargo de administrador das estradas, eu não acredito que êle vá fazer política. Êle tem sido um valioso auxiliar, é uma pessoa de bem, é um técnico distinto, e ninguém poderá obrigar êsse homem a determinar-se por capelinhas políticas.

Mas dir-me hão : fica o problema completo com a solução que agora lhe damos?

Evidentemente que não; mas, no emtanto, representa uma étape da resolução final, do problema. Nós não temos o direito de negar ao País aquilo que é absolutamente essencial à sua vida. Nós não podemos dizer ao País que progrida, que se desenvolva, sem que lhe dêmos a maneira de transportar os produtos. E por isso que confio em que não haja dissensões políticas, pois o problema das estradas não é um problema eleitoral.

Então se estivéssemos longe das eleições não nos importávamos com êle? Não, Sr. Presidente.

Àparte.

Espero, pois, que a Câmara resolverá esta questão.

Eram estas as explicações que desejava dar.

Tenho dito.

O otador não reviu.

O Sr. Francisco Cruz: — Sr. Presidente: visto que estamos num momento de explicações, eu também as vou dar.

Pareceu-me que alguém supôs que eu estava fazendo apreciação ao projecto do Sr. Plínio Silva. Não, Sr. Presidente, isso seria a negação de todas as minhas anteriores atitudes.

Todavia, eu tenho de dizer ao Sr. Plínio Silva e ao meu querido amigo Sr. Pedro Pita que neste momento estou em desacordo com S. Exas.

O Sr. Plínio Silva disse que é necessário efectivar a proposta do Sr. António Fonseca. Eu estaria de acordo com S. Exa. se não me tivesse de servir da frase do Sr. António Maria da Silva, de que neste momento a lei tem de ser transitória, e se não soubesse que há estradas que fazem lembrar os campos de batalha da Flandres,

Tem de se acudir ao mais necessário e ao mais urgente.

O Sr. António Maria da Silva: — Só nós passamos o tempo todo em conversas, daqui a dois meses entramos num período em que ficam inutilizados os trabalhos que já se fizeram.

O Orador: — Nunca fiz oposição num assunto desta natureza, porque também entendo que não é com palavras que se resolve o problema.

Discordo muitas vezes do Sr. António Maria da Silva como político; mas tive a satisfação de ver que S. Exa. honrou, como profissional, O seu nome nesta questão.

Tenho pelo Sr. Ministro do Comércio actual muito respeito e muita consideração, mas permita-me S. Exa. que lhe diga que as suas palavras não representam a expressão da verdade, porquanto ninguém