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Sessão de 19 e 20 de Agosto de 1924 57

que continuo convencido que é um êrro político que se praticará aprovando êsse projecto. Êle deve repugnar também a todos os membros da maioria, pois vai entregar a um Ministro 15:000 contos com os quais pode fazer política nas várias regiões do País.

Sr. Presidente: interessa-me muito mais a questão sôbre outro aspecto.

O Sr. Ginestal Machado colocou a questão em termos que a ninguém pode deixar dúvidas: S. Exa. não comprometeu, na opinião que emitiu, a opinião do seu partido, porque só comprometeu a sua.

Não era natural que S. Exa., que é a correcção significada, tratando-se de um problema que corre pela pasta do Comércio, o fizesse sem dizer alguma cousa à pessoa que escolheu para Ministro do Comércio no seu Ministério. Não quero que se julgue que é por melindre que continuo a fazer oposição a êsse projecto, ou que assumo esta atitude por qualquer manobra política. Nem eu nem o Sr. Ginestal Machado somos pessoas que nos prestemos a entrar em tais manobras.

São tam raras hoje as verdadeiras amizades, e prezo tanto a amizade de S. Exa. que sacrificaria o meu ponto de vista se por qualquer circunstância eu prejudicasse o meu partido; mas quero afirmar, entretanto, que acima de tudo prezo a amizade do Sr. Ginestal Machado.

Sr. Presidente: reservo-me, e não posso deixar de o fazer, o direito de tomar para mim a atitude que eu entender.

O orador não reviu.

O Sr. Ginestal Machado: — Apenas em duas palavras do fundo de alma quero tornar público o meu reconhecimento pela atitude do Sr. Pedro Pita, que muito me penhora.

O orador não reviu.

O Sr. Plínio Silva: — Sr. Presidentes apelo para a inteligência do Sr. Pedro Pita, para ouvir as considerações que desejo fazer.

Registo com prazer a forma como o Sr. Pedro Pita se dirigiu à minha pessoa, assim como me satisfez ver a nobreza com que S. Exa. me colocou, defendendo o princípio de que não nos devemos hostilizar de forma que quando formos velhos não nos arrependamos de estar divididos.

Tenho muito prazer em poder pronunciar estas palavras de agradecimento por S. Exa. ter afirmado que eu não fazia politiquice.

O Sr. Pedro Pita diverge completamente do projecto que teve a honra de apresentar e concorda com o projecto do Sr. António Fonseca, porque, diz, não permite ao Ministro fazer politiquices.

Eu fiz já a análise das duas propostas e não vejo onde esteja a justificação do que S. Exa. afirma.

O Sr. Pedro Fita: — A proposta do Sr. António Fonseca é para distribuir às parcelas, por grandes empreitadas, tanto para a construção como para a reparação.

Agora por, outra forma dêem-me os 15:000 contos e eu garanto que ganho as eleições todas.

Vozes: — Só se fôr nas ilhas.

O Orador: — V. Exa. está laborando num êrro. A proposta do Sr. António Fonseca dá no primeiro ano o seguinte:

Leu.

Agora o que não se sabe é o que será daí a anos; e o que nós precisamos é dar-o maior desenvolvimento ao trabalho.

Nós podíamos evitar que o Ministro do Comércio desviasse, 5 réis que fôsse, daquela verba, pulverizando-a..

Nesta altura quero dar uma explicação ao Sr. Jorge Nunes e ao Sr. Pedro Pita.

Tinha pôsto no projecto apenas verbas para reparações. Mas o Sr. Nuno Simões chamou a minha atenção para os trabalhos a efectuar: quilómetros a construir dentro de dez anos.

Interrupção do Sr. Pedro Pita.

O Orador: — Em dez anos, não. Durante êsse tempo não poderão ser modificadas.

Podem-se escolher de preferência certas partes do País.

Se, porventura, eu fôsse administrador geral de estradas, e me competisse a mim repará-las, veria no primeiro ano as que poderiam ser consertadas.

Mas seja como fôr, não se entende que possa haver qualquer cousa que se preste a politiquice.