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8 Diário da Câmara dos Deputados

de concelho, em lugar de as continuar a manter como pequenos liceus. Isto interessa tanto ao País que há muitos indivíduos que preferem as escolas profissionais às outras.

Relativamente ao caso da criação duma escola em Seia, devo dizer que Seia é proporcionalmente um meio comercial e industrial importante, mesmo mais importante que Gouveia.

Esta vila, na sede da comarca, tem mais fábricas do que Seia, mas, no concelho todo, Seia tem mais indústria do que Gouveia e eu não fiz mais do que cumprir um dever espalhando a instrução.

Só S. Exa. me quis-colocar em situação desprimorosa para com os meus eleitores, isso para mim é-me indiferente.

Façam o que quiserem, porque eu aceito o seu veredictum.

Referiu-se S. Exa. a uma conversa particular, permita me que eu também -a ela mo refira. S. Exa. solicitou-me para eu pedir ao Sr. Ministro do Comércio que criasse uma escola em Gouveia e eu disse que era natural que isso se fizesse, porque o Govêrno estava autorizado a transformar essa escola.

Mas pregunto a S. Exa.: Se, o Govêrno reduziu grande número de liceus centrais e nacionais, porque o ensino liceal deve estar mais concentrado, é natural que se transformem essas escolas em liceus?

Parece-me que respondi cabalmente às considerações do Sr. Pires do Vale.

O orador não reviu.

O Sr. Pires do Vale (para explicações): — O Sr. Ministro da Instrução, num àparte, disse que tinha sempre procedido de harmonia com a lei e que isso não acontece a todos. Destas palavras poderia depreender-se que se estava fazendo uma insinuação.

O Sr. Ministro da Instrução Pública (Abranches Ferrão): — Não me referi a ninguém em especial.

O Orador: — Eu tenho o direito de exigir que S. Exa. explique a frase proferida, porque, se S. Exa. sabe que eu haja praticado qualquer acto menos legal e o não diz, claramente me assiste o direito de julgar a insinuação como feita por uma pessoa desqualificada.

O Sr. Ministro da Instrução Pública (Abranches Ferrão): — Eu disse, deforma geral, que nem todos tem praticado actos legais: não me quis referir especialmente a ninguém.

O Orador: — Disse S. Exa., há pouco, que eu quis indispô-lo com os seus eleitores. Eu não sou capaz disso. Porventura e S. Exa. o meu rival? S. Exa. é que quis fazer aquilo de que me acusa.

O Sr. Ministro da Instrução Pública (Abranches Ferrão) (interrompendo): — O que se fez não foi de um modo especial para Gouveia.

Também ficaram extintas as escolas primárias superiores de Abrantes, das Caldas e de outras terras.

O Orador: — Em conclusão, direi que se, em face do que se fez, alguém poderá ser suspeito do ter querido colocar mal qualquer individualidade, êsse alguém não serei eu, mas sim S. Exa. alvejando a minha pessoa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Tavares de Carvalho: — Sr. Presidente: achando-se presente o Sr. Ministro das Colónias, peço a S. Exa. a fineza do conceder uns momentos de atenção para aquilo que vou dizer e sôbre o que desejo ser informado.

Quero referir-me ao importantíssimo problema da transferência de fundos das nossas colónias, especialmente de Angola.

Já várias vezes tenho tratado do assunto nesta Câmara e volto hoje a êle, porque, com certeza, o Sr. Ministro das Colónias já tem feito o seu estudo sôbre um tam sério problema e poderá assim dar os esclarecimentos precisos que muito interessantes serão para todos nós e muito especialmente para quem se encontra na impossibilidade de fazer as transferências de fundos, pois que o Banco Ultramarino se recusa a fazê-las, senão por completo, pelo menos em relação a verbas de maior vulto. Todos compreendem os graves inconvenientes que uma tal situação produs. É, de facto, são grandes êsses inconvenientes.