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10 Diário da Câmara dos Deputados

palavras, relativamente aos assuntos a que me acabo de referir, o meu desejo é que o Sr. Ministro da Instrução tenha ocasião de mostrar à Câmara que as informações dadas por alguns jornais são absolutamente destituídas de fundamento.

Refiro-me, Sr. Presidente, às noticias que tem vindo nos jornais, relativamente aos exames da segunda época, feitos nos liceus, muito principalmente a respeito de uma pessoa de família do Sr. Ministro da Instrução.

Eu creio que essas notícias devem ser absolutamente falsas; no emtanto, eu vou dar conta delas à Câmara, a fim de que o Sr. Ministro da Instrução tenha depois ocasião de as desmentir.

Diz-se, Sr. Presidente, que o filho do Ministro da Instrução foi admitido ilegalmente a exame na segunda época, não tendo pago as propinas que a lei estabelece.

Não creio que isto seja verdadeiro, e, assim, o meu maior desejo é que o Sr. Ministro da Instrução possa, aproveitar êste ensejo para mostrar à Câmara que tal notícia não tem fundamento algum.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Instrução Pública (Abranches Ferrão): — Sr. Presidente: pedi a palavra para responder às observações feitas pelo ilustre Deputado o Sr. Leonardo, Coimbra.

$0 que respeita às escolas primárias superiores, eu já tive ocasião de dizer à Câmara que a situação em que nos encontramos foi criada, em parte, pelo Sr. Leonardo Coimbra.

Não fui eu quem criou esta situação, pois a verdade é que tenho cumprido a lei, seguindo o que se acha decretado, não só pelo Sr. António Sérgio como pelo Sr. Helder Ribeiro.

Eu limitei-me a reorganizar as escolas em harmonia com o que se achava estabelecido, e nem outra cousa podia fazer.

Trocam-se àpartes.

O que eu desejaria era que V. Exa. me dissesse se não concorda com o que eu fiz.

O Sr. Leonardo Coimbra (interrompendo): — Não concordo.

O Orador: — Será essa a sua opinião; porém, eu entendo que não podia proceder de forma diversa daquela que procedi.

Quanto às considerações que V. Exa. fez relativamente à Escola de Bemfica, não posso de maneira nenhuma estar de acordo também com S. Exa., pois a ver-dado é que o que se pretende é preparar professores, e é justamente êsse o fim que se tem em vista, criando-se a Escola Normal Primária de Bemfica.

Trocam-se novos apartes.

O Orador: — Não vinha, Sr. Presidente, habilitado para responder a todas as observações de S. Exa.; porém, como S. Exa. diz que mais tarde há-de tratar do assunto mais desenvolvidamente, eu terei então ocasião de lhe mostrar o que há sôbre essas nomeações a que S. Exa. se referiu.

Eu devia pôr ainda mais adidos e fazer mais nomeações?

Interrupção do Sr. Leonardo Coimbra que não se ouviu.

O Orador: — Então V. Exa. concorda em que êsses indivíduos deviam ser nomeados?

O Sr. Leonardo Coimbra (interrompendo): — Com o que eu não concordo é que indivíduos habilitados com o curso sejam postos em outros lugares.

O Orador: — V. Exa. é muito inteligente, mas às vezes erra extraordinariamente. Eu não nomeei ninguém.

O Sr. Leonardo Coimbra (em aparte): — Mas as nomeações feitas pelo Ministério do Comércio levam as indicações da selecção feita no Ministério da Instrução!

O Orador: — Está V. Exa. enganado.

O Sr. Leonardo Coimbra (em àparte): — É êsse o êrro.

O Orador: — Eu não fiz nenhuma nomeação, e, portanto, vê V. Exa. que não tinha razão nas considerações que fez.

Mas V. Exa. acusou-me ainda de certos factos, êsses realmente mais graves.