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24 Diário da Câmara dos Deputados

Ninguém apresentou actos criminosos, cometidos com intenção criminosa; e fazer inquéritos de carácter pessoal não posso.

Os factos que foram criticados por mim, alguns deles são de administração, que nos podem ter criado embaraços para agora; mas que em si não representam qualquer acto criminoso, nenhum facto criminoso, qualquer atentado moral. Podem ser actos de má administração, fora dos recursos orçamentais de que se poderia dispor.

Mas não teriam sido adquiridos êsses materiais pelo seu verdadeiro valor?

Quem poderá dizer que êsses contratos não são a expressão da verdade?

Porque se há-de descobrir nos contratos qualquer acto criminoso?

Ignoro êsses actos.

Rêgo Chaves, Alto Comissário de Angola, não poderá ir fazer qualquer sindicância contra o seu antecessor.

Apoiados.

Apresentei a situação de Angola, tal como ela se me afigura nesta hora, citando, verba a verba, toda» a» suas dívidas e necessidades mais instantes, separando o que era situação externa e interna adentro das fronteiras de Angola.

Mas nenhuma frase do meu depoimento nesta Câmara autoriza ninguém a supor que tenha querido envolver nessa responsabilidade moral o meu antecessor.

Apoiados.

Mesmo quando proferi as palavras que o Sr. Ginestal Machado reproduziu no seu discurso...

O Sr. Ginestal Machado: — Palavras referentes à administração de Angola.

O Orador: — Não me referi exclusivamente à administração de Angola.

Todos conhecem factos dêsses sem ser em Angola. Também não posso envolver quaisquer pessoas nas responsabilidades dos tais descalabros de que falei.

Referi-me, falando em Angola, à situação futura de Angola.

Tratava de providências a tomar.

Nesta altura não tenho dados para apresentar; não devo cometer uma imprudência.

Más dentro de poucos dias talvez os tenha para poder remediar a situação futura monetária de Angola, para evitar os males da situação actual.

Quando apresentei à Câmara, verba por verba, as dívidas de Angola, mostrei quam insuficientes eram as medidas governamentais para fazer face à situação de Angola, que está passando por uma crise grave.

As 60:000 libras não são mais que 15 por cento duma quantia maior.

No emtanto a Câmara tem continuado a pedir-lhe encargos.

O mal é muito maior: 60:000 libras são 15 por cento, repito, duma maior verba.

Não falei só no crédito de 3.000:000 de libras.

Tive ocasião de dizer à Câmara que 336:000 libras são urgentíssimas.

Não posso ir para Angola com uma dívida inteiramente impossível de liquidar na primeira gerência e, para a dividir por anuidades, necessito de realizar negociações que resultem em benefício e proveito da província.

Disse mais à Câmara que, se no decurso das minhas negociações chegasse a um ponto em que reconhecesse não poder obter bom êxito, entenderia dever sacrificar o meu lugar, para que outro, depois e com a maior fôrça que lhe resultaria do meu sacrifício, pudesse vir negociar em melhores condições; E continuo ainda a pôr o meu ponto de vista: em política, o sacrifício de um dá, muitas vezes, uma maior segurança para o que vem depois.

Sr. Presidente: a situação de Angola, que se vê descrita nos jornais e sôbre a qual se ouvem conversas em todos os cafés, é apresentada como sendo uma situação miserável de que Angola não pode sair.

Nunca da minha boca saiu qualquer palavra que pudesse dar essa idea. Angola pode com o sacrifício das anuidades da sua divida actual. O que não pode é liquidar a sua totalidade já na primeira gerência.

Tem enormes mananciais de riqueza, alguns até escavados pelo próprio Sr. Norton de Matos. A orientação de todos êsses mananciais foi dada por S. Exa.

Devemos-lhe a justiça do reconhecimento de tal facto.

S. Exa. viu perfeitamente qual a importância que para a província de Ango-